Atenas: Cerca de 50.000 pessoas, segundo algumas estimativas, participaram da manifestação de 17 de novembro na capital grega, que foi marcada novamente pela presença maciça de forças policiais e de repressão preventiva. Desde a manhã, as pessoas iam à Politécnica para comemorar aos caídos da Revolta estudantil de 1973. Entre a multidão anônima apareceram também os hipócritas oficiais da esquerda (como Alexis Tsipras) para estar na TV um pouco mais. Ao mesmo tempo, mais de 7.000 assassinos em uniformes da polícia grega e centenas de policiais secretos, espalhados pelo centro da cidade, deixaram clara a mensagem do dia: A polícia está em todos os lados.
Após as 14 horas, as pessoas começaram a concentrar-se na praça Klafthmonos, enquanto toda a área do bairro de Exarchia foi cercada por enormes forças policiais e a Politécnica, como a rua Patission, estavam bloqueadas por ordem da polícia.
Vários blocos de manifestantes se concentraram em Syntagma, onde foi relatado que um dos blocos anarquistas foi cercado na praça por esquadrões antidistúrbios. Ao mesmo tempo, a rua Vasileos Georgiou (em frente ao hotel Grã Bretanha) estava sob ocupação por outros esquadrões da MAT que bloqueavam o avanço em direção à embaixada dos Estados Unidos, onde tradicionalmente termina a marcha que comemora a Revolta de 1973. Quando os manifestantes foram finalmente autorizados a seguir para a embaixada, também começou a marcha vinda da praça Klafthmonos. Enquanto a manifestação estava em curso, os blocos anarquistas permaneceram por algum tempo em frente ao parlamento e preferiram enfrentar as forças da ordem.
Quando a manifestação chegou à frente da embaixada dos Estados Unidos, os estalinistas da KKE começaram a concentrar-se na praça Omomia, para marchar para o mesmo destino, mas separados dos outros blocos. Enquanto isso, foi ateado fogo na casa de vigilância em frente à sede da União Européia, localizada na avenida Vasilissis Sofias. Na praça Mavili, próxima a embaixada americana, se levantaram barricadas e houve confrontos entre os manifestantes e as forças de repressão. Os antidistúrbios tentaram repelir os insurrecionalistas e os enfrentamentos continuaram na avenida Alexandras, onde barricadas em chamas foram erguidas.
A polícia anunciou ao fim do dia que 78 pessoas foram detidas e 11 foram presos, mas a verdade é que as prisões (mesmo as chamados “preventivas”, incluindo a prisão de Aris Seirinidis e sua mãe) foram mais de 100, e os presos, muitos dos quais sofreram lesões, são 13. A maioria dos detidos tem graves acusações e parece que o “dogma da tolerância zero” aplica-se também contra as pessoas solidárias. Em 18 de novembro mais uma pessoa foi detida fora dos tribunais de Evelpidon, durante o ataque policial contra a concentração de solidariedade com os 13 presos.
Entre os manifestantes feridos, há também um compa com graves ferimentos por todo o corpo e duas pernas quebradas, por ter saltado de uma altura de 6 metros, enquanto foi perseguido por unidades da polícia motorizada DIAS.
Em Tessalônica, mais de 8 mil pessoas participaram nas manifestações do dia. Muitas foram também as prisões preventivas, enquanto as faculdades universitárias foram cercadas pelas forças policiais. Um jovem de 18 anos foi preso e acusado de posse de molotov. Após o fim da manifestação foram registrados enfrentamentos com lançamentos de pedras e coquetéis molotov fora da faculdade de Teologia. Num vídeo se pode ver a invasão dos bandidos da polícia no campus.
Mais de 2.500 manifestantes tomaram as ruas da cidade de Volos (Grécia central) e cerca de 350 pessoas participaram do bloco anarquista. Os confrontos eclodiram na altura da rua Iasonos. Os manifestantes jogaram pedras e coquetéis molotov contra os esquadrões de choque e os confrontos continuaram na rua Dimitriados, onde foram registradas também lutas corpo a corpo. Vários compas sofreram lesões devido às pedras jogadas pelos bastardos da polícia grega.
Enquanto a marcha continuava para a câmara municipal, muitos manifestantes atacaram os esquadrões que estavam protegendo a sede local do Pasok (partido socialista grego). Em seguida e enquanto a câmara municipal estava cercada pela polícia, o povo marchou em direção à Universidade de Volos, onde permaneceu algumas horas devido à enorme presença de todo o tipo de policiais nas ruas da cidade.
Na cidade de Patras as manifestações de 17 de novembro também foram muito combativas. Pela manhã, cerca de 70 estudantes secundaristas antiautoritários promoveram uma manifestação no centro da cidade e lançaram bombas de tinta na fachada da câmara municipal. Mais tarde, no cruzamento das ruas Ermou e Korinthou, o bloco dos estudantes foi atacado por um esquadrão de tropa de choque e recuou para o espaço ocupado “Parartima”.
Por volta das 19 horas começou a demonstração que culminou com as atividades comemorativas da Revolta Estudantil de 1973. Os primeiros ataques contra os símbolos do capitalismo vieram logo após 19 horas, no cruzamento das ruas Kolocotroni e Othonos, quando os manifestantes estouraram as janelas de um banco. As forças policiais que estavam seguindo a manifestação usaram produtos químicos para dispersar a multidão, mas foram repelidos com pedras e coquetéis molotov. As lutas de rua se estenderam ao longo da marcha e vários bancos foram destruídos enquanto os manifestantes levantavam barricadas para bloquear o caminho da polícia.
Os blocos das organizações de esquerda foram desmantelados e sua gente entrou nos blocos de associações estudantis. Neste ponto, o bloco informal dos insurrecionalistas, que estava na parte de trás da marcha, se reuniu ao bloco dos anarquistas/antiautoritários/autônomos e assim foi criado um grande bloco anarquista, com mais de mil manifestantes (no total, a manifestação tinha mais de 6.000 pessoas).
Pouco antes do fim da marcha se registraram novos confrontos na rua Kanari e se levantaram barricadas no cruzamento das ruas Korinthou e Ermou. Centenas de manifestantes permaneciam fora do espaço ocupado “Parartima” sem querer sair das ruas e, apesar de constantes ataques policiais com gás lacrimogêneo, a multidão não se dispersava. Depois de horas de confrontos, a grande barricada em chamas finalmente caiu e as pessoas retrocederam para as ruas laterais. Cerca de 200 manifestantes se dirigiram para Agia Sofia, perseguidos pelas forças do MAT. Os bastardos de uniforme prenderam várias pessoas nas ruas ao redor da praça, até mesmo invadindo cafés na área. Aqueles que conseguiram chegar ao centro da cidade se juntaram a outros manifestantes que estavam na praça de Olgas e começaram uma marcha de solidariedade até a delegacia de polícia localizada na rua Ermou, exigindo a libertação de todos os detidos. Apesar das enormes forças policiais, os manifestantes estavam determinados a permanecer no local até a liberação de todos os detidos. Finalmente, até a meia-noite, todos os detidos foram liberados.
Cerca de 2.000 pessoas participaram da manifestação de 17 de novembro na cidade de Heraklion, na ilha de Creta. O bloco anarquista contava com cerca de 600 manifestantes. Durante a marcha estouraram as janelas de vários bancos, muitos lemas foram escritos nas paredes da cidade, destruíram câmeras de segurança e caixas eletrônicos. Em geral não foram registrados confrontos sérios com a polícia, exceto em dois casos. Na praça Eleftherias os antidistúrbios da MAT tentaram proteger uma sucursal bancária e usaram gás lacrimogêneo contra os anarquistas/antiautoritários, mas foram repelidos. As pessoas continuaram em marcha e novamente houve ataques contra fachadas de bancos, caixas eletrônicos e câmeras de vigilância. Os manifestantes atacaram o Palácio da Justiça da cidade, rompendo seu portão. A polícia usou novamente gás lacrimogêneo e granada de choque e o bloco anarquista foi separado em duas partes, mas os confrontos não continuaram.
Também foram realizadas manifestações em outras grandes cidades da ilha, ou seja, Chania, Rethymno e Agios Nikolaos, mas sem registro de confrontos ou distúrbios. Em Chania os manifestantes permaneceram cerca de meia hora em frente à sede local dos neonazistas do “Amanhecer Dourado” cantando lemas antifascistas e contra as forças policiais que estavam protegendo o lugar. Alguns manifestantes jogaram tinta contra a bandeira fascista, que estava pendurada na fachada do local dos paraestatais do “Amanhecer Dourado”.
Na cidade de Larissa (Grécia central) foram realizadas duas manifestações diferentes, uma dos estalinistas da PAME juntamente com alguns outros grupos pequenos de esquerdistas, e outra dos anarquistas/antiautoritários juntamente com o bloco dos alunos da Faculdade de Bioquímica. A maioria dos blocos acabou sua manifestação na praça central da cidade, mas o bloco de cerca de 150 anarquistas continuou até Tahidromiou. De frente para o Palácio da Justiça foram levantadas barricadas e começaram os enfrentamentos com a polícia. Os confrontos se generalizaram por toda a praça e os anarquistas também atiraram pedras contra a fachada da sede local do partido de extrema-direita Laos (os fascistas deste partido participam do governo de “salvação nacional”).
O ataque coordenado dos policiais à paisana (que eram muitos) e os esquadrões dos antidistúrbios resultou na prisão de três compas, um dos quais sofreu um espancamento brutal. As pessoas correram para a faculdade de Medicina para se proteger, mas as forças repressivas tentaram romper a entrada do edifício para invadir a faculdade, jogando granadas de choque. Os compas conseguiram repelir os bandidos com o uso de extintores de incêndio e neste momento foi possível para as pessoas solidárias chegar ao local.
Depois de meia hora, e enquanto a situação estava mais calma, se abriram as portas da faculdade e se juntaram os manifestantes que estavam dentro com aqueles que vieram depois e esperavam fora do local. Vale ressaltar que o bloco dos estudantes da Bioquímica decidiu sair e não ir para a delegacia para mostrar solidariedade com os três detidos. Cerca de 30 companheiros chegaram à delegacia, onde esperaram quase todas as forças policiais de Larissa, que não deixavam nem os advogados encontrarem os detidos. Ainda assim não se conhece as acusações contra os três reféns.
Na cidade de Komotini (nordeste da Grécia) cerca de 70 pessoas participaram do bloco anarquista/antiautoritário durante a manifestação de 17 de novembro. Uma parte da marcha seguiu para as prisões da cidade, gritando lemas anticarcerários.
Manifestações com presença anarquista foram registradas também em outras cidades gregas como em Arta, Agrinio, Ioannina, Kavala, Veria, Igoumenitsa, Lamia, Kalamata, Serres, bem como nos bairros atenienses de Ano Glifada/Elliniko e Zografou, onde cerca de setenta alunos do ensino secundário, de forma espontânea, realizaram uma passeata entoando lemas antifascistas e contra as medidas de austeridade e o FMI. No mesmo dia, na ilha de Skopelos, residentes ocuparam a sede de DEH (Empresa Pública de Eletricidade) protestando contra o novo imposto imobiliário através da conta de energia elétrica e a conseqüente ameaça do Estado de cortar a energia elétrica de quem não pagar.
agência de notícias anarquistas-ana
Manchas de tarde
na água. E um vôo branco
transborda a paisagem.
Yeda Prates Bernis
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!
Um puta exemplo! E que se foda o Estado espanhol e do mundo todo!
artes mais que necessári(A)!
Eu queria levar minha banquinha de materiais, esse semestre tudo que tenho é com a temática Edson Passeti - tenho…