No domingo, 20 de novembro, o sindicato dos trabalhadores da Companhia de Energia Elétrica continuou com a ocupação dos escritórios da Companhia, a partir dos quais são enviadas as ordens de corte do fornecimento elétrico. A ocupação se destina a bloquear o corte de eletricidade das casas cujos moradores não têm feito o pagamento do novo imposto imobiliário adicionado às contas de eletricidade.
Além disso, o mesmo sindicato anunciou a convocação de sucessivas greves de 48 horas, contra a venda ao Capital privado de 4 centrais elétricas que funcionam com lígneo e das subsidiárias da Companhia de Eletricidade.
Na segunda-feira, 21 de novembro, a Direção da Companhia de Eletricidade, por ordem do governo, colocou uma demanda aos membros do sindicato que participam da ocupação. Horas antes, os ocupantes cortaram a energia do sistema informático da empresa.
Na terça-feira, 22 de novembro, o promotor de plantão ordenou uma investigação prévia da demanda e ordenou a investigação sobre o assunto para a Direção Geral da Polícia. Forças repressivas foram alertadas para reprimir aqueles que resistem à barbárie, ao totalitarismo, a indignação e a miséria. Neste caso, eles são a salvaguarda do cumprimento de uma lei que estabelece um novo imposto imobiliário através de novas contas de energia elétrica. O povo já não pode pagar mais impostos, não pode suportar mais cortes, mais desemprego, mais indignação. A Justiça e a Polícia não se importam. Confirmam uma vez mais seu caráter classista.
A luta contra todos os tipos de impostos, tributos e contribuições especiais devem continuar até o fim. Estamos acostumados às táticas desorientadoras e apaziguadoras do sindicalismo oficial e dos partidos. É provável que nos próximos dias o governo vote alguma alteração da lei, sobre “a proteção dos grupos sociais vulneráveis” e que os sindicalistas proponham o fim da ocupação, tendo cumprido com seu dever sindical… A resposta à ofensiva do Regime deve ser dada pela sociedade, sem mediadores.
A seguir pode ser lido o comunicado do sindicato dos trabalhadores na Companhia de Eletricidade.
Trabalhadores/as,
Desde o primeiro dia em que o governo de Papandreu anunciou que converteria a Companhia Nacional de Eletricidade de um serviço público em um coletor de impostos e que utilizaria o bem da eletricidade para chantagear os pobres e desempregados, denunciamos da maneira mais clara esta decisão inaceitável. Com uma coletiva de imprensa extraordinária, em 16 de setembro de 2011 apresentamos as trágicas conseqüências desta medida, não só para a sociedade, mas também em prejuízo da Companhia.
Considerando que para nós o papel do sindicalista não pode se separar do que acontece na sociedade, considerando que para nós o sindicalismo é uma causa sagrada, desde o primeiro momento temos deixado claro que, com todas as nossas forças e com a sociedade grega como aliada e vanguarda, íamos bloquear esta decisão inaceitável e criminal.
Mais especificamente, naquela coletiva de imprensa havíamos dito que em nossa luta interviríamos três vezes para anular esta decisão inaceitável.
A primeira: para bloquear o envio de faturas com o imposto imobiliário extraordinário.
A segunda: se não tivéssemos sucesso na primeira tentativa de bloqueio, bloquearíamos o envio de todas as ordens de corte de energia, a todos aqueles que não podem se dar ao luxo de pagar o imposto imobiliário extraordinário.
A terceira e principal seria com nossos corpos, nossa presença física, apresentando uma batalha corpo a corpo nas ruas e bairros em todo o país, vamos evitar o corte da eletricidade às casas dos pobres.
Quanto a esta última, hoje podemos anunciar que em dezenas de cidades em todo o país os grupos de proteção, em coordenação com os centros de trabalho, sindicatos, prefeituras, organizações sociais e associações de cidadãos estão estabelecidos e onde ainda não existam (seu estabelecimento) é apenas uma questão de dias.
Sendo consistente com o que dissemos, em 13 de outubro tentamos bloquear o envio de contas de eletricidade. Então, a Direção (da Companhia de Eletricidade) encontrou soluções alternativas.
Em 20 de novembro, apesar do feroz ataque que recebemos dos lacaios do sistema, um dia antes do envio por correio das ordens judiciais, estamos aqui, no único ponto de onde são enviadas as ordens de corte a todos o país.
Estamos aqui porque o papel da Companhia de Eletricidade não é o de arrecadador de impostos.
Estamos aqui porque o bem público da eletricidade não pode ser utilizado como um meio de chantagem.
Estamos aqui porque aqueles que votaram esta lei abominável nem mesmo se preocuparam em pensar: “mas os desempregados, como vão pagar? Nós vamos cortar a eletricidade?”
Estamos aqui porque nos negamos a nos converter em desumanos e assassinos de crianças e de enfermos.
Estamos aqui porque para nós nenhum ser humano está de sobra.
Estamos aqui porque ainda corre sangue em nossas veias.
Estamos aqui porque os seres humanos e suas necessidades estão acima dos mercados.
Estamos aqui para bloquear o envio das ordens de desligamento do bem público da eletricidade, sem a qual vidas humanas são colocadas em perigo e ninguém pode viver.
Por último, estamos aqui porque amanhã não queremos sentir vergonha.
Não vamos jogar nosso orgulho e dignidade no lixo.
agência de notícias anarquistas-ana
Salpicados de sons
Silêncio em suspenso:
Grilos e estrelas.
Marcos Masao Hoshino
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!