[Texto publicado no site de Thersitis, sobre a medida totalitária do município de Ilion de proibir e perseguir a colagem de cartazes nas paredes dos espaços públicos e nas paredes e fachadas de bancos…]
Por quase um ano, a Prefeitura de Ilion lançou uma nova medida sob o pretexto de limpar a cidade. Trata-se da cláusula 22 do “Regulamento para a conservação do meio ambiente e limpeza”, que diz respeito a casos de “poluição por publicidade ao ar livre”. Esta medida visa ultimamente aos cartazes de conteúdo político, criando um mecanismo legal e executivo de proibição política. Esta medida pode até ser uma reminiscência de outros tempos, mas o regulamento em questão constitui a base jurídica em que a polícia local municipal (com multas incontáveis a particulares) e os numerosos mutirões de limpeza do município (com patrulhas contínuas que removem das paredes, em tempo recorde, cartazes de conteúdo político, e não apenas eles) foram habilitados para proibirem os cartazes
Dezenas de trabalhadores no setor de limpeza do município de Ilion e muitos outros policiais municipais “têm recebido ordens” para aplicar na prática as regras e não deixar por nem um minuto cartazes pregados na cidade. Indicativos da determinação do município são as ameaças de demissão recebidas por trabalhadores do setor de limpeza pelo vice-prefeito, que tem se encarregado de supervisionar as equipes de limpeza “removendo” cartazes. Além disso, é um indicativo da contínua pressão-recompensa recebida pelos policiais municipais, por aplicar multas (pela receita municipal que reportam as multas) para os indivíduos que se anunciam através de cartazes.
O consenso e a votação desta proibição e de seu papel de desculpa por todos os bandos municipais (políticos) é um fato adicional, já que de todas as formas sua escassa intervenção política nas ruas e bairros é limitada a mensagens em outdoors e cartazes de papelão durante a eleição…
Sua clara satisfação com a medida proibitiva expressa também a associação de comerciantes local e os diretores de agências bancárias locais, já que o Município é responsável por manter o centro comercial livre de mensagens de conteúdo político, enquanto que equipes de limpeza têm ordem explícita para manter limpas as colunas, paradas e outras superfícies públicas, assim como as fachadas e paredes das agências bancárias no município! …
Esta medida “fascista” do município de Ilion, que apela para a “limpeza” e “estética” da cidade, pode usar qualquer desculpa ridícula, mas em última análise é um experimento do governo local (experimento que atualmente se estende a outras áreas) para silenciar todas as vozes dos oprimidos. Numa época em que o governo central e autoridades locais cooperam em todos os setores, para gerenciar e neutralizar as seqüelas sociais associadas com as suas políticas comuns em favor do memorando, em uma época em que as resistências sociais intransigentes e contra o consenso são o maior medo do poder, foram postos a silenciar todas as vozes de resistência a partir de baixo que professem uma forma diferente de organização social, com auto-organização de processos e sem mediadores, e em uma clara postura de ruptura contra a economia capitalista e a democracia burguesa parlamentar e a representação. Além disso, somente como totalitárias podem ser tratadas as medidas que em nome da estética (um conceito muito mais avançado do que a estética dos nazistas) e de poluição (em um bairro onde a poluição emitida pelo aterro local se nota na abertura da janela), impõem a censura, as proibições, as áreas estéreis, mais controle e submissão.
Contrario à medida de proibição de fixar cartazes, Thersitis fez uma série de intervenções a fim de expor este tema e os autores desta fascista medida (algumas intervenções que não têm escolha senão continuar). A tentativa de manter a cidade “limpa” de proibições e “livre” as vozes de baixo é contínua e incessante.
Logo o verba-volant.info traduzirá e publicará as notícias das últimas ações de Thersitis contra esta medida totalitária.
agência de notícias anarquistas-ana
Perfume suave –
Levita pela varanda
um beija-flor verde.
Benedita Azevedo
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!