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[Grécia] Sobre o sequestro de 32 pessoas em Berea pelos terroristas de Estado e a invasão destes últimos no centro social autônomo Baruti

By A.N.A. on 28 de Março de 2012

Em 25 de março as forças pretorianas da Democracia sequestraram 32 pessoas que estavam reunidas em uma praça no centro de Berea, sem sequer apresentar um motivo para justificar tais detenções. Foram detidas durante todo o dia, e não puderam participar na manifestação contra o Regime, realizada pelo motivo do desfile fascista naquele dia. No mesmo dia, as forças repressivas invadiram o prédio local e centro social autônomo Baruti, tentando encontrar o mínimo que poderia para ser justificado como provas incriminatórias e identificar os detidos e todos aqueles que resistem à barbárie do totalitarismo, com um conceito permeado com muito cuidado e insistência no inconsciente do povo por parte dos aparatos do Estado e dos meios de desinformação: o “terrorismo”.

A seguinte declaração emitida pelos detidos e solidários com eles, é dito e explicado tudo o que aconteceu durante esta operação policial terrorista.

Na manhã de 25 de março companheiros e solidários nos reunimos no centro de Berea para resistir à tentativa de imposição de um regime ditatorial e absolutista, para denegrir a imagem de uma cidade, cheia de forças policiais e do exército de ponta a ponta, e evitar a possível presença de fascistas e neonazistas importados organizados, que na mesma época um ano atrás atuaram sem ser impedidos ao lado da arquibancada montada para os dignitários, enquanto o Estado se dedicava a sequestros de cidadãos e policiais estavam à espera dos “suspeitos” debaixo de suas casas. As mesmas táticas continuaram este ano, mas em vão.

Os quase 30 reunidos de repente nos vimos cercados por forças policiais duas vezes mais (em particular, para este fim foram mobilizadas todas as forças da prefeitura de Imathia), com todos os tipos de equipamentos (vimos até um policial à paisana carregando um porrete) e nos comunicaram nossa retenção injustificada. Quando nos recusamos a acompanhá-los e exigimos a presença de um advogado, começaram a nos empurrar. Fomos levados para a delegacia em furgões, em seguida, tomaram os nossos dados (as meninas foram submetidas a uma investigação minuciosa do corpo) e nos deixaram esperar por horas no corredor da delegacia, bloqueada pelas forças policiais, sem explicar a razão pela qual da nossa retenção, apesar de nossas perguntas insistentes.

Após o desfile, espontaneamente foi formada uma passeata que chegou à delegacia de polícia para mostrar solidariedade com a gente. Depois de várias horas nos submeteram a um processo de investigação criminal, em que nos informaram de nossa detenção, com o cargo de resistência. Especificamente, houve 32 detenções, das quais 27 se converteram em detenções (um dos detidos era menor de idade e foi temporariamente liberado). Além do cargo de resistência, que foi dado a todos, um deles foi acusado de difamação, um de ameaça e um de posse de armas. Ao mesmo tempo, oficiais e agentes das forças especiais, na presença de um promotor e um dos companheiros detidos, invadiram o centro social autônomo Baruti (pólvora), violando a porta, mas não encontraram nenhuma prova incriminatória.

Após o processo de instrução, no final da noite, fomos levados para as celas do centro de detenção da delegacia, onde não paramos nenhum momento de gritar slogans (sendo incentivados por companheiros de outras cidades que estavam vindo para a área do lado de fora da delegacia) e irritar os guardas. Tarde da noite, finalmente nos transferiram algemados para o prédio da Promotoria, onde havia se reunido muitas pessoas solidárias do lado de fora gritando palavras de ordem, alinhadas de frente contra um esquadrão policial. Nosso julgamento será em 29 de maio. Após colocar-nos em liberdade os 26, nos juntamos as pessoas reunidas e realizamos uma passeata pelo centro da cidade.

O espetáculo que montaram em Berea não assustou ninguém, pelo contrário, exasperou as pessoas e fortaleceu os laços entre nós. Tais tentativas de intimidação não nos assustam, mas que nos fazem esforçarmos cada vez mais.

A solidariedade é a nossa arma!

O direito está do lado dos rebeldes e não dos rufiões e ajoelhados!

Os detidos e solidários

agência de notícias anarquistas-ana

Neblina sobre o rio,
poeira de água
sobre água.
Yeda Prates Bernis

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