[No passado 24 de março, foram realizadas eleições parlamentares no estado australiano de Queensland, no nordeste do país. A seguir, um artigo relata uma série de ações antieleitorais levadas a cabo por anarquistas locais naquela região.]
Com a aproximação das eleições de 24 de março no estado de Queensland, um grupo de anarquistas de Brisbane lançou uma campanha contra as eleições.
Na semana anterior ao ato eleitoral, anarquistas começaram a colar, em toda a cidade, milhares de cartazes contra os políticos e contra o voto.
Muitos cartazes de partidos políticos colados em Brisbane foram retirados ou alterados com mensagens anarquistas e antipolíticas.
Grafites anarquistas e antieleitorais foram feitos nas paredes, cartazes publicitários, caixas elétricas e cabines telefônicas.
Uma faixa escrita com “Não vote em ninguém!” foi colocada sobre uma ponte ferroviária em Bowen Hills, onde permaneceu durante três dias. Por fim, na madrugada do dia da eleição, foi mudada e colocada em um andaime em Highgate Hill, para se preparar para a vitória dos abstencionistas…
Quando os locais de voto foram abertos às 8 horas da manhã, um grupo de anarquistas rasgou e riscou todos os cartazes da campanha na frente de três assembleias de voto na cidade, aproveitando também para roubar a sua propaganda, emblemas e outros folhetos “Como votar” (How to Vote), pertencentes a diferentes partidos. Outros anarquistas distribuíram panfletos e zines contra o voto, afirmando a ação direta e a auto-organização como práticas contra o elenco desinteressante da patologia eleitoral que tem vindo a ressurgir regularmente, ano após ano, com a sua cota de mentiras.
Às 18 horas, quando os locais de voto fecharam, alguns anarquistas instalaram uma faixa anarquista em Highgate Hill, fazendo algumas declarações públicas anunciando o nosso reconhecimento em Ninguém como sendo o nosso líder legítimo.
Depois, quando a “vitória” eleitoral do LNP (Partido Nacional Liberal de Queensland) foi conhecida e anunciada, passeamos pela cidade e pichamos alguns slogans anti-LNP nas paredes.
Não reconhecemos autoridade alguma, política ou partido político. Não iremos nos submeter às suas leis com base na ocupação colonial de um país roubado (Stolen Land). Vamos continuar a resistir e lutar contra o estado de Queensland, agora liderado por LNP Campbell Newman, um partido que defende ferozmente os interesses de empregadores e do capital, contra os trabalhadores, o ambiente, populações indígenas e marginais, que já havia sido abandonado pelo muito detestável Partido Trabalhista [Partido Trabalhista, no poder em Queensland justamente antes das eleições]. Com as mentiras intermináveis e promessas vazias deste último, até mesmo muitos de seus partidários optaram por não votar neles neste ano.
Nossas ações foram motivadas pelo desejo de ajudar a construir uma sociedade livre e não-hierárquica, baseada na cooperação e no apoio mútuo; e queremos esclarecer aqui que estas opções nunca estiveram disponíveis em qualquer boletim de voto.
Continuamos em total solidariedade com os Murri [Populações aborígenes do Queensland], com o seu combate pela terra e pela soberania, assim como pela defesa da nova Embaixada aborígene localizada em Musgrave Park. A Embaixada foi inaugurada ao meio-dia no dia da eleição, com a presença de muitos anarquistas. Na luta contra o estado colonial, as suas leis de propriedade e seus policiais, toda a tentativa policialesca de expulsão da Embaixada aborígene nos encontrará no caminho.
Contra os políticos e o poder!
Nosso candidato é a auto-organização, nós somos ingovernáveis!
Fogo no Parlamento!
Tradução > Liberdade à Solta
agência de notícias anarquistas-ana
Pássaros em silêncio.
Noturna chave
tranca o dia.
Yeda Prates Bernis
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!
Um puta exemplo! E que se foda o Estado espanhol e do mundo todo!
artes mais que necessári(A)!
Eu queria levar minha banquinha de materiais, esse semestre tudo que tenho é com a temática Edson Passeti - tenho…
Edmir, amente de Lula, acredita que por criticar o molusco automaticamente se apoia bolsonaro. Triste limitação...