A intimidação da delegada do Governo em Madri não impediu o desenvolvimento da manifestação [20 de abril] em um ambiente reivindicativo e festivo de um povo que em vez da exaltação de dor e sofrimento, com inteligência e razão escolheram os sentidos e a alegria.
As tentativas de criminalizar o protesto não alcançaram o objetivo de silenciar ou ocultar a principal razão para o mesmo: denunciar os 11.000 milhões de euros que, produto do nosso trabalho, vão para as mãos do clero, quantidade que confronta com os mais de 12.000 milhões em cortes nos benefícios sociais. Valores que precisam de atualização e, muito provavelmente, a diferença será maior para a Igreja.
O número de pessoas no protesto varia dependendo da parte do percurso a que nos referimos. Na hora de tráfego mais intenso, na rua Magdalena, havia cerca de mil pessoas.
Dois “passos” animaram a marcha: Si no lo ves es que no crees y La Tetera de Russell.
Alguns dos lemas cantados foram: Se Deus existe que envie um raio, A religião fora da escola, Fora das capelas da universidade, Até os ovários de muitos rosários… No fim não caiu nenhum raio, e mais, o tempo estava extraordinário.
Os contrastes não se limitam à economia. Esta manifestação tem sido duramente atacada pela delegada Cristina, desde os meios de comunicação representativos da extrema direita mais rançosa, de declarações cheias de juízos de valor depreciativos à intimidações por escrito de “tomada de conhecimento”, em que ameaçavam dissolver a manifestação. Esta atitude confronta com a impunidade do chefe dos sacerdotes de Alcalá em que, em um feriado católico, vestido de gala, estimula a homofobia na televisão estatal e também mantém o vídeo em seu site. Este caso não é único ou isolado nem excepcional. Nos arquivos de jornal se pode facilmente encontrar declarações de curas no mesmo sentido do anterior, mesmo, aparentemente, seu líder encobrir os casos de pedofilia.
Sem esquecer a questão econômica, não podemos deixar de lado o aspecto repressivo ou o contexto em que vivemos. A lei sobre a repressão nas manifestações que o governo visa fazer, a perseguição a que estão sendo submetidos os participantes na greve geral passada [29M], com detidos dias depois da mesma, o comportamento da Delegação do Governo para esta manifestação, a forte presença à paisano nas ruas realizando incursões de legalidade duvidosa, se não ilegais, etc., deve colocar-nos em alerta para reagir e responder à repressão.
Finalmente, lembrar que as razões para esta manifestação não é contra os crentes, a intenção é denunciar os 290 milhões para eventos religiosos, o patrimônio artístico de 500 milhões, os 4600 pagos a professores religiosos e escolas assistidas, os 2000 milhões de poupança no IBI, e assim até 11.000 milhões ao ano.
Em definitivo, exigimos: Quem quer a igreja que a pague.
Grupos e associações organizadoras da manifestação
agência de notícias anarquistas-ana
as ondas vêm
e vão para ninguém —
maré outonal
Eder Fogaça
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!