O silêncio de nossos mortos grita liberdade
Mil colegas quedan tiraos por el camino
¿Y cuantos mas van a quedar?, ¿cuanto viviremos?
¿Cuanto tiempo moriremos?
En esta absurda derrota sin final…
La polla records
Nicolás Neira foi um jovem anarquista brutalmente assassinado pela tropa de choque móvel ESMAD, da polícia nacional. Na manifestação do 1º de maio de 2005 na cidade de Bogotá, este jovem foi brutalmente agredido na cabeça, os golpes lhe ocasionaram ferimentos graves, causando sua morte cinco dias depois. Nico é uma das muitas vítimas da violência estatal, que desde a formação deste corpo repressivo (ESMAD) em 2002, já matou mais de 50 pessoas e um incontável número de agressões e maus-tratos físicos a pessoas e comunidades que se manifestaram diante de leis injustas (embora não vemos nenhuma lei justa) ou simplesmente por terem protestado por alguma inconformidade e contra atos que ameaçam a vida, a Terra, a dignidade ou a integridade coletiva.
O Centro Social e Cultural Libertário [de Medellín] desde a Campanha Contra a Criminalização do Protesto e da Luta Popular tem vindo a visibilizar casos de violência do Estado e gerado ação, mobilização e denúncia contra esta realidade que não podemos ignorar nem tolerar. Em 13 de maio passado realizamos um evento, com um mural em memória de Nicolás Neira, que morreu em 6 de maio de 2005 por um traumatismo craniano causado por golpes da ESMAD.
Por nenhum motivo devemos permanecer em silêncio, ou ficar parado. Se protestamos é porque estamos lutando por uma mudança social, se saímos às ruas é porque queremos agitar o cotidiano, tocar a sensibilidade e a consciência de uma sociedade alienada que luta individualmente para sobreviver. A ESMAD e a polícia existem para materializar uma estratégia de repressão contra o povo, contra as pessoas, num sistema capitalista favorável as empresas e a propriedade privada. Devemos denunciar, relembrar, recuperar os sonhos, construir, não permitir que outros governem nossas vidas para o seu benefício. A ação direta é o nosso ás debaixo da manga, neste jogo onde nos jogamos a vida. Todas e todos aqueles que caíram sob a mão do poder, não morreram, viverão em cada um de nós, em cada ato, em cada recordação, em cada passo.
Sem perdão nem esquecimento, por que para lutar há que se recordar, Nico Vive! Assim como Oscar Salas, Simón Torres, Johnny Silva, Diego Becerra e muitos outros que caíram ante a brutalidade do Estado, nas mãos da polícia nacional e seu esquadrão da morte.
Porque a memória é a nossa arma, porque a solidariedade é mais do que palavras escritas agora quando o silêncio de nossos mortos grita liberdade.
Centro Social e Cultural Libertário
Campanha Contra a Criminalização do Protesto e da Luta Popular
Nota:
Cabe registrar que sem ter passado 24 horas da elaboração do mural, este sofreu uma intervenção e foi sabotado com tinta espirrada, por isso não é possível ler o que ali se denunciava. Sabemos e está claro que quando as pessoas falam e se manifestam, eles só querem silenciar, manter impune suas atrocidades e assassinatos. Este é um exemplo de como é criminalizado o protesto e a luta popular, como lhes dói quando a verdade é dita e como eles temem que as pessoas vejam o que eles realmente são. E deixar claro também que não vamos claudicar, contra a brutalidade policial nem um passo atrás, contra eles memória, arte e ação! Porque para lutar há que se recordar…
Galeria de imagens do mural antes e depois da sabotagem:
http://centrosocialyculturallibertario.wordpress.com/2012/05/15/el-silencio-de-nuestros-muertos-grita-libertad-2/#wpcom-carousel-559
agência de notícias anarquistas-ana
Pardas gotas de mel
voando em torno de uma rosa
Abelhas
Luís Aranha
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!