O dia 15 de novembro [2011] viu nascer um novo movimento de desobediência civil na Cisjordânia. Os manifestantes palestinos, chamados de Cavaleiros da Liberdade, entraram no ônibus segregacionista israelense em direção à Jerusalém e outros territórios ocupados. Estes ônibus são segregados não oficialmente, no sentido de que eles operam nas colônias – que são militarmente proibidos para os palestinos – são parcialmente subsidiados por Israel, e normalmente ignoram palestinos que querem embarcar. Sem “permissões oficiais” os palestinos não podem entrar em sua própria terra, podem ser presos e mesmo assassinados. O termo Cavaleiros da Liberdade é emprestado de um movimento histórico bastante conhecido – o movimento por direitos civis nos EUA que começou quando Rosa Parks se recusou a desistir de seu assento em um ônibus segregacionista, levando outras pessoas a seguir seu exemplo. Os Cavaleiros da Liberdade palestinos fizeram o mesmo, embarcando nos ônibus levando mensagens impressas com dizeres como “Pelo fim da Colonização”, “Boicote o Apartheid”, “Nós Iremos Vencer”, etc., e expondo bandeiras palestinas. Fizeram isso com dezenas de jornalistas presentes, transmitindo ao vivo e ao mesmo tempo gravando o protesto (o que pode prevenir uma repressão mais severa do Estado).
Diferente dos Cavaleiros da Liberdade mais antigos, o objetivo dos palestinos é muito mais radical. Eles dizem: “Ao tomar esta ação nós não procuramos a desagregação dos ônibus da colônia, visto que a presença destes colonizadores e a infraestrutura que os serve é ilegal e precisa ser desmantelada. Como parte da nossa luta por liberdade, justiça e dignidade, nós exigimos a capacidade de poder transitar livremente nas nossas próprias estradas, na nossa própria terra, incluindo o direito de viajar para Jerusalém”. (Comunicado de Imprensa, 16 de novembro) Mas como seus antecedentes históricos, estão protestando pacificamente, recusando a imposição de carregar permissões ou de sair do ônibus.
Apesar de terem sido permitidos no ônibus, eles foram parados – como esperado – antes de chegar em Jerusalém, e foram brutalmente retirados do ônibus por soldados israelenses, mesmo com os manifestantes tentando segurar em qualquer coisa que podiam. Os jornalistas judeus a bordo não receberam melhor tratamento. Seis dos manifestantes foram presos e mantidos na prisão durante a noite do 15 de novembro. Mas os palestinos não tem intenção de desistir. A imprensa diz mais: “Nós sabemos que ao agir dessa forma corremos o risco de sermos presos, o risco de sermos atacados de maneira virulenta pelos colonizadores israelenses, o risco de abuso por parte dos soldados israelenses, e mesmo a morte. Nós compreendemos este risco como um passo a caminho da liberdade, da justiça e da dignidade para as gerações futuras de palestinos e de todas as pessoas da região”.
Enquanto isso, manifestantes constroem seu próprio protesto em Nova Iorque, em solidariedade aos Cavaleiros da Liberdade, expressando mensagens como “Ocupe Wall Street, Não a Palestina”. Algo em torno de 42% da Margem Ocidental (Cisjordânia) é colonizada, enquanto o Estado de Israel continua conduzindo os colonizadores através dos ônibus segregacionistas e acelerando a construção apesar das vaias da “comunidade internacional”.
Tradução > Malobeo
agência de notícias anarquistas-ana
cortinas de seda
o vento entra
sem pedir licença
Paulo Leminski
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!