[Durante o protesto pela libertação de Mumia Abu-Jamal do lado de fora do Departamento de Justiça em Washington, DC, no último dia 24 de abril, foram lidas pelo menos duas mensagens dele e também de vários outros presos políticos. A seguir reproduzimos umas das falas de Mumia na passagem do seu aniversário de 58 anos.]
Queridos irmãos e irmãs,
Com o passar dos anos, havia me esquecido de meu aniversário, e só o recordava quando minha mãe, minha esposa, minhas filhas e filhos me enviavam um cartão. É que no corredor da morte cada dia é como qualquer outro. E passar um dia com vida é a única forma de saber que não está morto. Custou anos de trabalho duro fazer do meu aniversário o que é hoje em dia – parte de um movimento, graças a todos vocês e ao Comitê Internacional de Familiares e Amigos de Mumia Abu-Jamal (ICFFMAJ, sua sigla em inglês).
Agradeço a todas e a todos por sair às ruas hoje. Não importa se há 10 pessoas aí, ou 100, 200, ou muitas mais.
Nos reunimos aqui hoje porque queremos justiça, e para usar as palavras do velho Partido Pantera Negra: Queremos liberdade. Queremos a abolição da pena de morte e a abolição do castigo de isolamento prolongado. Queremos o desencarceramento e a destruição do complexo carcerário massivo.
Estados Unidos é a prisão do mundo. E se pensarem bem, os EUA aprisionam uma quantidade desconhecida e incontável de pessoas em prisões em toda parte do mundo – locais obscuros onde os seres humanos vivem em silêncio, a tortura, a morte. É o mesmo país que sabe que seus tribunais são injustos, mas não faz nada para mudar a situação.
Aqui neste país, um juiz disse: “Vou lhes ajudar a fritar esse preto”. Falou na presença de uma estenografa do tribunal, que relatou isso sob juramento. Uma empregada do tribunal. E nenhum tribunal nos Estados Unidos jamais condenou isto. É o mesmo juiz que disse em julgamento aberto: “A justiça é apenas um sentimento emocional”. Repito: A justiça é apenas um sentimento emocional. Proferiu o juiz Sabo em minhas audiências de 1995. E com respeito à seleção dos integrantes do júri, o tribunal usou todos os velhos truques para evitar o cumprimento de seus próprios pareceres. Nunca questionaram a retirada de negros qualificados do grupo de candidatos a júri.
Os casos jurídicos dizem uma coisa, enquanto os tribunais dizem outra. Ou, como em meu caso, o tribunal inventou novas regras para justificar sua negativa a ordenar um novo julgamento.
Nisto não estou sozinho. Fizeram o mesmo em um caso chamado Commonwealth versus Robert Cook. E a Suprema Corte estatal da Pensilvânia fez o mesmo em um caso chamado Commonwealth versus Willie Sneed. Sob o caso Batson de 1986, estes homens deveriam ter tido um novo julgamento há muitos anos. Mas permanecem no corredor da morte.
Não se esqueçam dos homens e mulheres no corredor da morte. Sigam lutando para abolir a pena capital.
Atualmente, há uma nova proposta para abolir a pena de morte na Califórnia. Ali há [723] pessoas no corredor da morte, mais do que em qualquer outro estado do país. Se os eleitores aprovarem o referendo, este será um símbolo poderoso de abolição.
Então não só os agradeço, mas lhes incentivo que sigam com a transformação desta nação carcerária. Lhes incentivo a transformar o complexo industrial carcerário. Me sinto orgulhoso de fazer parte deste movimento e estou orgulhoso de cada um de vocês.
Nos movamos! Viva John África!
Libertem os 9 do MOVE!
E libertem a nação encarcerada!
Da nação encarcerada, sou seu irmão – ah!, em seu aniversário, Mumia Abu-Jamal
Esta mensagem pode ser ouvida no seguinte vídeo e em vários outros que estão saindo:
Tradução > Marina Knup
agência de notícias anarquistas-ana
Maré outonal.
As ondas quebram na areia
Bem devagarinho.
Benedita Silva de Azevedo
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!
Um puta exemplo! E que se foda o Estado espanhol e do mundo todo!
artes mais que necessári(A)!
Eu queria levar minha banquinha de materiais, esse semestre tudo que tenho é com a temática Edson Passeti - tenho…