Cerca de 150 pessoas se reuniram na tarde de ontem (19 de maio) em Lisboa para uma manifestação antiautoritária (http://ruacomtodos.net/).
Durante duas horas a manifestação aguerrida seguiu pelo Martim Moniz e pelas ruas da baixa, ao som de palavras de ordem combativas e dos Ritmos de Resistência. Os manifestantes carregavam faixas, cartazes e diversas bandeiras negras.
No final do evento, na praça da Figueira, por volta das 17h30, 8 viaturas da polícia e uma multidão de outros policiais cercaram as pessoas em protesto, impedindo qualquer pessoa de entrar ou sair da manifestação, enquanto centenas se acumularam em torno da polícia.
A polícia revistou a força todos os manifestantes e deteve 5 pessoas, por motivos tão incríveis quanto terem câmaras fotográficas ou um frasco de xarope para a asma.
Na delegacia dos Mártires da Pátria, os advogados foram ilegalmente impedidos de entrar e ver os detidos. Dezenas de pessoas permaneceram em solidariedade em frente à delegacia até à meia-noite, quando o último companheiro detido saiu, para ir a tribunal nesta segunda-feira. Os restantes foram libertados sem acusação.
Folheto distribuído na manifestação:
Rebeldes e Selvagens Contra Este Mundo de Miséria e Autoridade
Esta manifestação é uma manifestação antiautoritária, assente numa ideia de liberdade incompatível com qualquer instituição ou forma de organização que nos roube a autonomia de decidirmos individualmente sobre as nossas vidas.
Esta manifestação leva consigo um ânimo, o daqueles e daquelas que, à sua maneira, e sem a imporem aos outros e outras, querem estar na rua contra a miséria, que não é unicamente econômica. Pretende ser um ponto de referência relativo à autonomia e auto-organização das lutas. Sem partidos, sindicatos e demais estruturas que, mesmo democraticamente, nos querem representar e falar por nós, gerir a nossa exploração e controlar o nosso descontentamento. É um apelo para que todos desertamos da esquerda, da direita e de qualquer outro flanco do espectro político, mesmo que apartidário.
Desafiamos aqueles que queiram estar na rua, não só hoje como no resto do ano, a fazê-lo, independentemente de e indiferentemente a estruturas, ideologias e estratégias que se perdem nos jogos da negociação e cedência com o poder. Que cada um lute como sente e se junte com os seus e que a solidariedade nasça da honestidade nas lutas, mesmo entre desconhecidos. Desafiamo-nos a nós todos e todas a sermos radicalmente nós mesmos, sempre que conseguirmos, e a descobrirmos formas de nos juntarmos e separarmos autonomamente todos os dias.
Agarrando-nos aos nossos desejos, não abdicaremos de nada. Esta manifestação é uma questão secundária, é só mais um momento em que isso pode acontecer.
Fotos:
› http://www.pt.indymedia.org/conteudo/newswire/7661#comment-24351
Vídeos:
agência de notícias anarquistas-ana
Noite no jasmineiro.
Sobre o muro,
estrelas perfumadas.
Yeda Prates Bernis
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!