[Nos próximos dias 2 e 3 de junho acontecerá o “Encontro do livro e debate antiautoritários” na Plaza de Etxauri, em Vitoria-Gasteiz, Euskal Herria. A seguir reproduzimos o comunicado do grupo organizador deste evento cultural-político.]
A ideia deste encontro parte de algumas pessoas e coletivos vinculados à edição, distribuição e impressão alternativa, principalmente de Gasteiz. Em princípio escolhemos o formato das tradicionais feiras de livro anarquista, que vem acontecendo nos últimos anos em todas as partes da Espanha mas adaptando-a ao nosso contexto.
Por isso, decidimos organizar o evento sob o nome de encontro do livro e debates antiautoritários, dando-lhe a ambos – isto é, ao encontro das distribuidoras e aos debates – a mesma importância e marcando sua complementaridade. Este evento tem como finalidade obter um espaço de encontro onde se potencializem o debate e o intercâmbio de ideias desde uma perspectiva autônoma e libertária, aproximando-a não só a cidade e aos coletivos onde elas se desenvolvem, mas também para aquelas pessoas e grupos que não participam.
Temos elegido temáticas em princípio bastante próximas no tempo e também geograficamente, para que possam servir em nossas lutas atuais e futuras.
Este é o programa do encontro:
• Sábado, 2 de junho
11h
Reflexões sobre a situação atual basca
Estamos presenciando um tempo de mudanças em Euskal Herria. Mudanças complexas e difusas que requerem uma reflexão com profundidade. Para colocar sobre a mesa estas questões, convidamos alguns companheiros de Suelta la Olla de Hala Bedi Irratia, revista diária na qual analisam os diferentes meios de comunicação. Partindo deste trabalho, nos falarão sobre o tratamento que se tem tido por parte dos meios de comunicação da questão basca. Por outro lado, os companheiros da revista Ekintza Zuzena repassarão os artigos que foram publicando sobre Euskal Herria ao longo da sua caminhada. A ideia é que isto seja um ponto de partida para começar a realizar uma análise coletiva para um melhor entendimento da situação local, desde uma perspectiva antiautoritária.
16h
Lemoiz, Chernobil, Fukushima, Garoña, passado e atualidade das lutas antinucleares
Em tempos da chegada do pico do petróleo e da mudança no acesso aos recursos energéticos, isto é, às condições materiais de nossa sociedade, assistimos a contínua busca de novas energias para a manutenção deste sistema que, em essência, é expansivo. A energia nuclear encontrará seu lugar entre estas alternativas, igualmente a outras propostas como o fracking. Neste sentido, Juantxo repassará a trajetória da questão nuclear no país em paralelo à aparição do modelo de desenvolvimento. Em seguida passará a fazer uma reflexão sobre a década de 90 e as mudanças nas lutas ecológicas e antinucleares a partir do “acidente” de Chernobil. Terminará com algumas considerações sobre o presente da crise com o eixo em Fukushima.
19h
Zapateneo: 10 anos de distribuição alternativa
Os companheiros de Zapateneo nos falarão da trajetória de seu coletivo ao longo destes dez anos. Assim, nos oferecerão uma apreciação desde o nascimento da distribuição alternativa no país até a atualidade, centrando-se nas conquistas, inconvenientes, dúvidas e obstáculos no desenvolvendo de sua prática. Esperamos contar com a participação de todas as distros que apoiam e tenham interesse em contribuir nesta conversa, para amenizá-la e fazer uma mesa em comum das questões pendentes.
• Domingo, 3 de junho
11h
Passado, presente e futuro da luta contra o TAV
A oposição ao TAV [trem de alta velocidade] tem sido uma das lutas populares mais potentes da última década em Euskal Herria. Por isso, convidamos a olhar para trás e fazer uma revisão de um conflito que ainda não terminou. Considerar-se-ão as estratégias adotadas para aprender com as escolhas acertadas ou não, analisando suas consequências com o objetivo de realizar um balanço sobre essa experiência.
16h
Apontamentos sobre a luta antimilitarista
Quando, para o Poder, o militarismo é a saída para todos os conflitos, não nos resta outra coisa que ativar a luta contra o militarismo. Estamos em guerra, uma guerra permanente e onipresente que, no chamado Primeiro Mundo, se traduz também em uma nova onda de militarização dos espaços e da vida cotidiana de seus habitantes. Cada vez é mais evidente que a paz – a paz social que nos tentam fazer engolir – é a guerra, e qualquer resistência às oposições do estabelecido é imediatamente traduzida de “emergência”. Para colocar em comum informações e análises sobre o militarismo, trazendo juntos conceitos e possíveis práticas antimilitaristas, organizamos uma mesa redonda. Abarcar-se-ão vários temas com a participação de distintos coletivos e indivíduos, com a ideia de provocar um debate que seja útil para sair da enganosa e paralisante dicotomia entre “guerra” e “paz”.
19h
Prisão: experiências e resistência
Falar de prisão sempre vem acompanhado de relatos de abusos e sofrimentos, de solidão e impunidade. Mas a prisão não é só esta parte isolante e demolidora. Estas condições geram resistência, ainda que por pura necessidade ou instinto de sobrevivência. Uma pessoa conhecedora destas situações, após anos de isolamento e passagens por departamentos especiais, compartilhará conosco sua experiência. Por outro lado, o grupo Víscera, que tem realizado um trabalho de denúncia e análise sobre a prisão terapêutica desde uma experiência de infiltração na UTE (Unidade Terapêutica Educativa) de Villabona (Astúrias), falará para nós desta nova mudança de paradigma quanto a métodos de controle e ressignificação carcerária.
Mais infos:
› http://liburutopaketa.net
agência de notícias anarquistas-ana
lá embaixo
vai ter
o que eu acho
Paulo Leminski
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!