Autodenominados os Panteras Negras, uma nova brigada de autodefesa quer proteger a si mesmos de racistas que estão atacando pessoas que não são etnicamente gregas. Fartos de servirem como alvos para as gangues da Aurora Dourada [partido grego ultranacionalista e neofascista], um grupo de moradores de Atenas decidiu assumir medidas extremas criando patrulhas noturnas em suas vizinhanças.
Denominados Panteras Negras, a brigada de autodefesa quer proteger a si mesmos de ataques racistas a pessoas que não são etnicamente gregas. O grupo usa celulares e redes sociais para alertar uns aos outros de ataques e apresentar uma resposta rápida.
Um membro do grupo, que viveu a maior parte de seus 28 anos na Grécia, depois de sair ainda bebê do Quênia falou ao canal britânico Channel 4 em um relato transmitido na noite de terça-feira: “Eu sou membro dos Panteras Negras e todo mundo sabe disso. Então eu estou dando a eles (a Aurora Dourada) um aviso claro – não mexam com o povo negro, de maneira nenhuma. Estou avisando”.
“Eu não tenho medo desses neo-nazi, estúpidos, grupo idiota”, Michael Chege disse ao repórter Jamal Osman. “Na Segunda Guerra Mundial eles foram esmagados. Na Terceira Guerra Mundial, nós vamos exterminá-los da face da terra. Eles querem fazer o que Hitler fez. Tentem. Eles vão ter o mesmo destino e ainda pior”, continuou ele.
Nascido no Quênia, Chege se mudou para a Grécia com sua família quando tinha oito meses. Agora com 28 anos, ele diz ser tratado da mesma forma que um imigrante recém-chegado. Ele já passou por vários controles de identificação da polícia, por isso tem que carregar uma bolsa cheia de documentos para provar que é legal no país.
“Eu não sei se as pessoas sabem como é se sentir um estrangeiro em sua própria terra”, diz Chege, que como a única criança negra em sua escola costumava brigar para “ganhar respeito” dos colegas. Seu treinamento em artes marciais foi útil quando foi atacado pela Aurora Dourada.
“Eu encontrei com eles dez vezes em brigas de verdade, em brigas de matar ou morrer”, descreve. Em um encontro recente, dois homens entraram no ônibus onde ele viajava e ordenaram que ele “saísse, corresse ou aguentasse”.
Recusando a submeter-se a suas ameaças, ele se pegou com os homens e saiu com apenas pequenos ferimentos.
A mãe de Chege, Ann, diz que agora que voltar ao Quênia porque “não há mais nada para nós aqui”.
“Não importa como esteja a situação, eu amo a Grécia. Eu sinto aqui como minha casa. Eu não posso condenar a Grécia. Eu gostava da Grécia. Aqueles tempos. Mas agora, isso mudou 180 graus. Quando eu ando a noite fico assustada. Se eu conseguir dinheiro o suficiente eu quero ir para o Quênia (pra sempre) na época do natal. Pela graça de deus”.
Fonte: www.enetenglish.gr
Tradução > Caróu
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!