O carnaval do sábado [15 de junho] que passou, como muitos outros que já passaram, rompendo com a sempre tensa calma das manhãs bellanitas, levando cor, alegria e compromisso com o povo; a rede de artistas e ativistas populares de Bello e o Centro Social e Cultural Libertário de Medelim, percorreram às ruas de vários bairros do município, até chegar a quadra da Epifania. Aquela quadra pintada com um branco fúnebre, foi o pano que se prestou para que a magia criadora desse à luz a belas obras de arte popular e engajada, obras que não só cumpriam sua função estética, também sua função social, transformadora e revolucionária, dando conta de uma arte que se assume e revela a realidade dos oprimidos.
Desde que chegamos ao lugar, os esbirros das estruturas paramilitares de Bello, começaram a manifestar sua “autoridade”, como donos e senhores das vidas e dos territórios, nos perguntando “quem lhes deu permissão para virem aqui, porque não nos avisaram”. O que não sabiam os amiguinhos de gorro, tênis caros e olhar de cachorro sonso, é que: NÃO PRECISAMOS DE PERMISSÃO PARA SER LIVRES, sempre temos dito e sempre o diremos, até nosso último alento. Mantemos nossa resistência apesar de suas constantes intimidações, comentários e acossos; e se somaram a nós, alguns companheiros dos comitês de bairro e nos deram apoio… Assim o primeiro round foi para a vida, para a magia, para o poder da estética posta a serviço da verdade.
Mas, caralho! É obstinado o tirano, o “cucho” como chamavam ao homem que coordenava o grupo paramilitar que opera no setor da Epifania, mandou a seus “lava cães” que apagassem todos os murais e a devolver o fúnebre e sombrio aspecto que tinha e tem POR ENQUANTO, aquela quadra.
Mas, NÃO NOS CALARÃO, os muros são o rosto do povo que luta, e são o pano que estes artistas e criadores de vida tem escolhido para denunciar a podridão de Bello.
Se apagam os murais, os pintamos vinte mais!
Centro Social e Cultural Libertário de Medelim
agência de notícias anarquistas-ana
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!