No dia 20 de junho, nós organizamos uma manifestação em Varsóvia para defender os direitos dos trabalhadores e dos desempregados. A manifestação foi chamada, originalmente, apenas em defesa dos desempregados. O governo quer introduzir regras que deixariam os desempregados fora de registro, negando benefícios e mesmo programa de saúde caso recusassem qualquer oferta de emprego. Deste modo, haverá redução de salários e serão promovidos trabalhos precarizados, visto que os empregadores compreenderão que ninguém poderá negar uma oferta. Entretanto, no dia 13 de Junho, o Sejm (Parlamento) aprovou mudanças na Legislação Trabalhista e nas Leis Sindicais, que causam, efetivamente, a abolição da jornada de 8 horas. Então, naturalmente, nos manifestamos também contra esta questão.
Muitas pessoas pararam para ouvir discursos, reclamando sobre a ausência de informação na mídia burguesa sobre a questão. Explicamos como as novas regras irão funcionar e o fato de que empregadores serão capazes de promover jornadas de até 12 horas por dia, 6 dias por semana, e então dispensá-los por até 6 meses, pagando-os salário mínimo durante este tempo. As pessoas falaram sobre as árduas lutas da classe trabalhadora para conquistar a jornada de 8 horas e o quão fácil foi perder tal conquista, sem que grande parte da sociedade ficasse sabendo.
Fizemos uma chamada para mobilização popular e construir a greve geral. No entanto, a Polônia não é como a Turquia ou o Brasil, onde milhares de pessoas tomam as ruas, visto que não há ampla auto-organização. De qualquer forma, estamos determinados a sermos vistos nas ruas e fazer com que os problemas relativos aos ataques contra os direitos dos trabalhadores se tornem explícitos e reconhecidos para o maior número de pessoas possível. Mas até agora, fomos a única organização Polonesa a se mobilizar, com alguns protestos planejados em outras cidades nos próximos dias. Apenas alguns ativistas de organizações de esquerda atenderam a este chamado.
Na manifestação em Varsóvia, as pessoas levantaram cartazes com dizeres como “Morte ao Capitalismo“, “Mesmo 8 horas é muito” e “Tire suas mãos das leis do trabalho“. É preciso notar que o primeiro slogan provavelmente nunca havia aparecido antes na Polônia após a transição e foi considerado “muito radical” mesmo para esquerdistas – mas por alguma razão, hoje não parecia incomodar ninguém nas ruas.
ZSP (Organização Anarcosindicalista Polonesa)
Tradução > Malobeo
agência de notícias anarquistas-ana
O Tempo cochila
em tardes quentes de sol
no banco da praça.
Lena Jesus Ponte
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!