Comunicado:
Enquanto membros do coletivo Gato Selvagem (Wildcat), estamos tanto aliviados quanto chateados em anunciar que o favorito e minúsculo centro social irá fechar suas portas no dia 15 de agosto.
Desde sua abertura em fevereiro de 2012 no cruzamento carregado de política das avenidas 23 e Union no Distrito Central de Seattle, o Gato Selvagem sediou dezenas de eventos de discussão, jantares e filmes. Também abrigou L@s Quixotes, uma biblioteca radical de empréstimo com uma grande coleção de livros antiautoritários e horários de abertura consistentes. Abrimos o espaço durante o refluxo crucial entre o desalojo do acampamento Descolonize/Ocupe Seattle no Colégio Comunitário Central de Seattle e o 1º de Maio de 2012. Sem o Ocupa ou o centro social Autonomia, a crescente e de formação solta rede antiestado/anticapitalista precisava desesperadamente de um novo ponto de encontro para continuar a criar novas formas de sociabilidade e descobrir novas afinidades. Por um tempo, o Gato Selvagem era exatamente isso. Verdadeiro à nossa missão, nosso cubículo de três quartos foi “um trampolim para camaradas se conhecerem e lançar suas lutas coletivas na direção da liberdade”.
Ao longo da primavera de 2012, o Gato Selvagem foi um centro coordenador de cartazes promovendo o que teria sido um 1º de Maio inesquecível. O espaço animou os finais de semana de verão, enquanto as pessoas circulavam provenientes do restaurante Churrasco e Comida Para Todos do outro lado da rua, em frente ao predominantemente vazio edifício Horace Mann, um local de disputa histórica no Distrito Central. Em conjunto com o Centro de PAZ Umoja fest (Umoja fest PEACE center), também do outro lado da rua, o Gato Selvagem ajudou a espalhar sentimentos antipolícia e antigentrificação na vizinhança. Cidadãos de bem destacavam os graffitis, os cartazes e as manifestações.
Infelizmente, construtoras estão planejando atualmente destruir o bloco sudeste da 23 com a Union para construir um prédio gigantesco similar aos que existem na Capitol Hill. Este desenvolvimento pode destruir definitivamente o Umoja e o comércio pertencente aos negros – e marrons – localizados nas proximidades do centro social. Tendo em vista que não temos nenhum amor pelos empreendimentos capitalistas no geral, reconhecemos que projeto de desenvolvimento é mais um passo em um processo que está transformando Seattle rapidamente em uma zona morta estéril, de preços exagerados e embranquecida. Neste contexto, é muito triste ver o Gato Negro indo embora. Os yuppies teriam nos odiado muito, muito mesmo.
Não é nenhum segredo que o espaço tem passado por dificuldades financeiras desde o último outono. Nós achamos que isso aconteceu principalmente como um resultado dos ataques da repressão contra anarquistas no Noroeste que começaram logo após o 1º de Maio de 2012. A impressionante quantidade de energia e financiamento que todos nós colocamos no sentido da grande resistência jurídica infelizmente minou muitas vidas do Gato Negro, e nunca nos recuperamos de fato. Lamentavelmente, esse é exatamente o tipo de dano que os agentes do Estado pretendiam infligir quando iniciaram operações de contrainsurgência como esta massiva investigação jurídica.
O Estado mobiliza suas forças repressivas não só para espalhar o medo, desencorajar a ação e sufocar a energia rebelde, mas também para lançar-nos em uma ansiedade hiper-reativa que com muita frequência interrompe objetivos a longo prazo e projetos infraestruturais. E de fato, enquanto estávamos ocupados cifrando suporte para nossos camaradas e tomando conta uns dos outros, às vezes negligenciávamos o espaço e não promovíamos nossos eventos apropriadamente. Felizmente, o novo café anarquista “Black Coffee” (Café Negro) estava lá para compensar nosso declínio. Seu tamanho e local (alguns quarteirões distante do local original do acampamento Ocupa na Capitol Hill, a vizinhança residencial mais densa de Seattle) torna o espaço perfeito para acolher os grandes eventos que iriam inundar os alojamentos apertados do Gato Negro. Mas, visto que dependíamos sobretudo de doações em grandes eventos para financiamento, o desabamento começou. Agora estamos de cabeça erguida e prontos para chamar seu fim.
Tudo isso soa muito deprimente, mas não se desespere! Todo fim abre oportunidade para um novo começo. Já está sendo discutida a abertura de um novo centro social em Seattle, então mantenha seus ouvidos atentos.
Isso nos deixa reflexivos sobre como podemos fortalecer nossos projetos para que permaneçam de pé quando a próxima crise aparecer. Como podemos criar uma infraestrutura sustentável e antagônica em uma cidade cara como Seattle? Que tipo de modelo de centro social poderia funcionar aqui? O que precisamos em um espaço anarquista que já não é providenciado pelo Café Negro e pela Livraria da Margem Esquerda (Left Bank Books)? Como pode um espaço anarquista se tornar relevante para a vizinhança ao seu redor? Estas são questões que precisam de resposta como uma forma de descobrir o que será necessário para abrir outro espaço¹.
Por enquanto, por favor, venha para a festa de despedida do Gato Negro, na sexta-feira, dia 9 de agosto, começando as 20h. E, se você não se importar, traga alguns dólares para bebidas e guloseimas para que possamos pagar nossa absurda conta de eletricidade. Ou então, se você não puder comparecer à festa, faça sua doação aqui: https://www.wepay.com/donations/87344.Solidariedade para sempre,
The Wildcat – O Gato Negro
Tradução > Malobeo
[1] Em setembro, provavelmente, haverá uma discussão aberta sobre espaços anarquistas em Seattle que tem o intuito de responder algumas dessas questões.
agência de notícias anarquistas-ana
notícias do sol –
os pássaros da manhã
cantam na varanda
Zemaria Pinto
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!