Funciona há mais de dois anos no sul da Estônia a okupa “Anna Haava”. A casa que foi ocupada pertencia, antigamente, a um burocrata do Estado; mas, após a invasão bolchevique no país, ele teve que fugir e uma delegacia da polícia foi instalada neste local. Após o desmantelamento da URSS a casa foi abandonada, razão pela qual aconteceu a ocupação. Atualmente mais de 10 pessoas habitam a okupa, e muita gente de outros países e cidades vizinhas vem passar uns tempos na casa. O espaço é constantemente reformado e a cada dia fica mais e mais habitável. A eletricidade é produzida com as baterias solares e eólicas.
Além disso, os e as okupas colocaram vidros nas janelas, reformaram alguns quartos e organizaram uma horta, onde cultivam tomates, pepinos, abobrinhas e outros legumes e frutas; até as melancias!
Dentro do espaço funciona uma biblioteca gratuita e um freeshop (livre troca de objetos), quando as pessoas trazem as coisas que não usam mais e trocam por outros objetos, que outras pessoas trazem. Assim, é praticado o apoio mútuo e o consumismo é combatido.
O freeshop funciona duas vezes por semana e desperta grande interesse entre a população do bairro que apoia a okupa. Porém, nem todos ficam contentes com a existência deste espaço; obviamente, os detentores do poder partiram para a repressão. Supostamente, a iniciativa de despejo desta ilha de liberdade partiu de um vizinho, um bam bam bam da administração local. Sua casa é um palácio de 4 andares com segurança e um muro altíssimo: os e as okupas que moram ao lado, aparentemente, passaram a incomodá-lo com seu modo de vida. Os moradores da okupa receberam uma ordem da administração da cidade exigindo a desocupação da casa até certa data. Então começou a campanha em defesa da okupa, que foi apoiada por muita gente da cidade. Foi encontrado um jurista competente, foram feitas matérias na TV e nos jornais; também aconteceu uma manifestação com centenas de pessoas. Sob pressão da sociedade, os detentores do poder deixaram os e as okupas em paz.
Hoje em dia, a okupação está seguindo e os moradores planejam organizar uma oficina de manutenção de bicicletas e continuar reformando e adaptando a casa, principalmente a aquecendo, já que não há no espaço um esquema de calefação (no inverno, é necessário aquecer a casa com uma lareira). Durante o período frio é possível aquecer a casa somente até os 15 graus, mas os e as okupas não desanimam e heroicamente passaram o último inverno dentro da casa, com o estoque de lenha esgotado.
Desejamos muita boa sorte para eles e elas, e esperamos que estes recantos de liberdade se multipliquem pelo mundo afora.
Tradução > A vagalume
agência de notícias anarquistas-ana
velho caminho
sol estende seu tapete de luz
passos de passarinho
Alonso Alvarez
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!