Organizadores anarquistas novamente realizaram a Anarkiya Fiesta, desta vez na Universidade Politécnica das Filipinas (PUP), em Sta. Mesa, Manila, de 22 a 26 de julho. O evento atraiu grande número de estudantes no campus e despertou curiosidade de outros tantos.
Este é um evento co-organizado por vários grupos locais (preparação, logística, técnicos e outras partes envolvidas). As atividades foram organizadas e coordenadas pela Universidade Politécnica das Filipinas, Instituto de Ciências Sociais e Desenvolvimento, Escola Anarquista Móvel (Mobile Anarquist School), Rede Autônoma Local (LAN) e Tau Gamma Phi.
A Anarkiya Fiesta faz parte do programa da Escola Anarquista Móvel e começou em 2011, na Universidade das Filipinas, Merriam College, em comunidades de Taguig, Muntinlupa, Makati, Pasig e Bulacan (Sapang-Palay e Baliwag) e foi projetado para popularizar alternativas anarquistas, ideias e experiências em universidades, comunidades e redes.
Primeiro dia
A Rede Autônoma Local (LAN) e a Escola Anarquista Móvel, com a ajuda da fraternidade e irmandade Tau Gamma Phi, instalaram uma exposição fotográfica retratando a experiência anarquista e a história do arquipélago. Imagens de ativistas e eventos internacionais anarquistas também foram exibidos. Ativistas da LAN abriram o programa de uma semana com uma performance cultural. Um jam acústico e apresentações culturais étnicas criaram uma atmosfera positiva no campus, o que incentivou os alunos a interagirem com os ativistas autônomos.
Discussões informais ocorreram espontaneamente e os alunos se aproximaram dos ativistas para saber mais sobre o anarquismo. Grupos de esquerda, como os marxistas autoritários, também estavam presentes e tentaram chamar a atenção dos organizadores, mas foram facilmente neutralizados por ativistas que foram preparados para envolvê-los ideologicamente.
Segundo dia
Reações mistas refletidas através de consultas, comentários e mensagens escritas na parede livre foram instaladas durante o primeiro dia. Mais alunos vieram e mais discussões ocorreram. Food Not Bombs (Comidas Sim Bombas Não) atraiu dezenas de pessoas e instigou a curiosidade entre os alunos.
Mútua cooperação e partilha estão presentes em quase todas as culturas das pessoas ao redor do mundo, mas esses relacionamentos são prejudicados pela hierarquia e concorrência reforçada pelas instituições do Estado e do mercado.
Ativistas do Food Not Bombs realizaram uma oficina de culinária e preparação de comida vegetariana e compartilharam com alunos e professores. Uma vez que estamos em um panorama de competição e centralização do poder e benefícios, partilhar é incomum e não ordinário. Muitas pessoas ficaram surpresas com o conceito de partilha de alimento. Estudantes, professores e ativistas autônomos apreciaram as saborosas refeições vegetarianas durante a conversa, e discutiram assuntos relevantes relacionados ao tema do evento.
Após o evento da partilha de alimentos, estudantes e ativistas trouxeram suas camisetas para imprimir o desenho Food Not Bombs. Música da terra, conversas, discussões e trocas de argumentos reforçaram o clima festivo do dia.
Terceiro dia
Uma sessão de yoga, facilitada pelos voluntários da Ananda Marga, foi assistida por inúmeros alunos. Uma breve orientação de ioga foi discutida antes de ser de fato realizada. Os alunos foram receptivos e manifestaram interesse para as possíveis atividades de acompanhamento. Devido a circunstâncias inevitáveis, um facilitador não conseguiu aparecer e, como resultado, a oficina de artes marciais foi cancelada.
Quarto dia
Apresentar um filme é um método eficaz para iniciar a troca de ideias e puxar debates entre os alunos. Os filmes “If the tree fall” (Se a árvore cair) e “End Civilisation“ (Fim da Civilização) foram exibidos em uma sala de audiovisual (Accenture) da Universidade.
Breves discussões foram facilitadas por ativistas e alunos foram incentivados a partilhar a sua opinião em relação aos filmes.
Quinto dia
O maior evento aconteceu no quinto dia: cerca de uma centena de estudantes participaram do fórum e ouviram as discussões dos anarquistas e ativistas autônomos que atuam em vários campos de interesses.
O discurso de abertura foi proferido pela diretora da Universidade Politécnica do Instituto das Filipinas de Ciências Sociais e Desenvolvimento, Hilda Felipe San Gabriel. Ela usou um tom muito positivo e receptivo para o primeiro evento anarquista na Universidade. Ela ainda acolheu a possibilidade de haver um acompanhamento das atividades/projetos em um futuro próximo.
Um professor anarquista da Universidade Estadual de Marinduque, Randy Nobleza, apresentou uma definição muito concisa do tema Autogestão, com exemplos e analogias relevantes. Ele tornou a discussão feita em outros tópicos mais inteligível para os alunos e demais presentes.
Anarcofeminismo foi discutido por uma ativista da LAN, Melissa Gibson, que está ligada a uma ONG de defesa e questões das mulheres. Ela descreveu os conceitos e práticas básicas do anarcofeminismo. Discutiu também eventos históricos e atuais e sua relação com a atual luta antipatriarcal.
O tema Anarquismo Cristão foi apresentado por um professor, Asher Quimson. Os alunos já estavam atordoados, até mesmo chocados, com a existência de tal coisa como “Anarquismo Cristão”. O palestrante abordou as ideias básicas dos ensinamentos cristãos e seu semblante ou relação com a ideologia antiautoritária.
Jong Pairez discutiu a estreita relação de Tecnologia e Resistência Anarquista, apresentou exemplos para reforçar a importância da tecnologia para a luta autônoma.
A pessoa seguinte discutiu a Análise Anarquista em Crises Ecológicas. Bas Umali apresentou as iniciativas de vários coletivos filiados à LAN. Expôs a discussão relacionada à permacultura solar como fonte alternativa de energia e a sensibilização de projetos contra a inundação. Ele também mencionou táticas diferentes para incentivar a participação das pessoas.
Os atores Andrei Ortega da Universidade de Filipinas Diliman e Raniel Rayes da Universidade de Sto. Thomas discutiram suas opiniões críticas sobre o tema anunciado pelos alto-falantes, depois o microfone foi aberto aos alunos que estavam ansiosos para participar através de perguntas, partilhando comentários e opiniões.
Reflexões, dúvidas, questionamentos e pensamentos críticos foram incentivados em todos os foros anarquistas; os organizadores ficaram satisfeitos ao ouvir variadas ideias opostas e comentários de apoio do público. Em geral, os alunos e alguns professores também foram muito receptivos com o evento e às experiências anarquistas, práticas alternativas e ideias.
No desempenho cultural que se seguiu, ativistas da LAN organizaram um programa festivo. Montaram diferentes instrumentos de percussão, corda e sopro tradicionais e étnicos e realizaram um ritual de encerramento através da dança do fogo. Um par de dançarinos (masculino e feminino) mostraram suas habilidades de dança por aproximadamente 15 minutos, combinados com cantos curtos e discursos.
Tradução > Caróu
agência de notícias anarquistas-ana
pausa no quintal
diante da pitangueira –
flores ao luar
José Marins
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!
Um puta exemplo! E que se foda o Estado espanhol e do mundo todo!
artes mais que necessári(A)!
Eu queria levar minha banquinha de materiais, esse semestre tudo que tenho é com a temática Edson Passeti - tenho…
Edmir, amente de Lula, acredita que por criticar o molusco automaticamente se apoia bolsonaro. Triste limitação...