[Em “homenagem” aos 25 anos da revista Ekintza Zuzena (Ação Direta), reproduzimos a seguir uma entrevista que realizamos com eles em 2002, que apesar do tempo continua bastante atual.]
É comum começar cada entrevista fazendo uma breve apresentação do entrevistado, desta vez vou começar de outra forma. Na verdade queria fazer uma declaração de amor para essa “niña-revista” chamada Ekintza Zuzena (Ação Direta em basco). Mas como não estou inspirado, vou apenas dizer que essa revista, editada em Vizcaia, Bilbao (Espanha), me marcou bastante, fez e faz parte do meu aprendizado libertário, acredito que de muita gente. Desde que recebi o primeiro número, essa publicação me impressionou sobremaneira. Seja pelas capas, o conteúdo, a qualidade gráfica, o bom-humor, as resenhas dos livros e discos, encartes… Enfim, viva EZ! Longa vida! Que venham mais EZs… Com vocês Ekintza Zuzena!
ANA > Desde a primeira edição, até hoje, qual foi o salto qualitativo da revista? Quais as principais transformações?
Ekintza Zuzena < Poderíamos dizer que a revista sofreu vários saltos qualitativos ao longo de sua história. O primeiro foi o que se produziu em 1990, quando, depois de dois anos de existência, se decidiu dissolver o grupo anarquista “Iraun” que editava a revista. Este grupo surgiu numa época marcada por muitas lutas radicais nas ruas: ocupação, anti-repressão, feminismo, ecologia… Num princípio, igual que outros coletivos, participávamos de todas elas com nossas próprias siglas e com um proselitismo (que coloca a organização acima da luta) derivado de algumas inércias políticas e militantes herdadas. Esta forma de intervenção social pouco fundamentada politicamente, levou ao cansaço e frustração, e se revelou estéril e ineficaz, e inclusive eticamente questionável. As conclusões que sacamos deste período se podem resumir da seguinte maneira: “A debilidade organizativa do anarquismo e os contínuos fracassos dos grupos anarquistas na sua tentativa de incidir socialmente, levam “Ekintza Zuzena” a projetar um debate acerca das causas desta situação como uma das bases para o estabelecimento de sua linha informativa e de sua personalidade como revista. O fato inicial a considerar é que ao redor de uma mesma palavra se dão diferentes concepções que não convivem bem entre si. Em primeiro lugar, se constata que o anarquismo constitui em muitas ocasiões uma referência meramente organizativa, com vocação de agrupar as massas (ainda que isto não se consiga nunca), de caráter auto-centrados e definida de forma excludente pela ideologia, o que o conduz por outro lado ao sectarismo e ao isolamento. Uma ideologia que por um lado se apresenta como um produto a mais no mercado, de que se toma a imagem mas não o conteúdo, sem traçar modos de vida alternativos e novas formas e espaços de enfrentamento com a realidade, enquanto espera a chegada do “dia do juízo final revolucionário”. Ante esta situação, a revista busca novos debates sobre a forma de intervenção social efetivas (o movimento real), os grupos de afinidade, os movimentos sociais ou a contra-informação. Em segundo lugar, trata de indagar na essência e complexidade das diferentes formas de organização assembleárias, analisando seus vícios de funcionamento e as contradições que apresentam, e tornando perceptível a necessidade de se aprofundar nessas questões.” (Carlos Egia e Javier Bayón. Contrainformação, Alternativas de comunicação escrita em Euskal Herria, Felix Likiniano, Bilbao, 1997, pág. 118.) A necessidade de conseguir esta formação política (que não se havia alcançado satisfatoriamente através das formas de ativismo anteriores), e de desenvolver uma capacidade de análise e crítica da complexa realidade em que havíamos nos inseridos, se traduz em apostar na revista “Ekintza Zuzena” como um meio de comunicação independente, que rechaça a subordinação hierárquica ou ideológica frente a qualquer tipo de organização, mas que, sem dúvida, afirma sua influência libertária, tanto que concebe esta referência como instrumento filosófico adequado para encher as margens da ética e do pensamento social. Um segundo câmbio qualitativo se produziu quando a revista apostou decididamente por converter-se num meio de qualidade, tanto no que se refere a seu conteúdo como a sua apresentação, no qual se traduz em que os ritmos de elaboração da publicação não venham determinados pela sujeição a datas concretas, mas sim, pela necessidade de reunir uma série de materiais, tanto escritos como gráficos, que em seu conjunto ofereçam singularidades e atrativos. Este mudança, supõe a consolidação da publicação dentro da categoria estética de “revista”, ainda que seu processo de edição não assalariado, assembleário e autogestionário a defina essencialmente como um fanzine. Neste sentido se outorga tanta importância aos conteúdos como a forma em que se organiza o grupo editor para elaborar tais conteúdos.
ANA > Há 14 anos atrás, 15 pessoas faziam parte da revista. Hoje, esse número é o mesmo?
EZ < A quantidade de pessoas que levam adiante um projeto comunicativo não é um dado muito significativo, já que não necessariamente a presença de um maior número de pessoas no grupo editor assegura um melhor funcionamento. Diferentemente de um movimento social que pretenda realizar transformações em situações concretas, um projeto de comunicação pode se desenvolver dinamicamente com relativamente pouca gente. Em todo caso é preciso que haja um mínimo de pessoas cujos níveis de entendimento e compromisso façam factíveis o funcionamento assembleário e a existência não subordinada de uma rede de apoio e distribuição, que permitam uma eficaz difusão de conteúdos elaborados na publicação.
ANA > Como funciona o processo de edição da revista? Vocês têm uma redação, um local de reunião?
EZ < O trabalho concreto do grupo editor da revista não é só o de elaborar conteúdos, mas também de buscar, avaliar, selecionar e veicular os conteúdos que considera mais adequado em uma determinada conjuntura político-social. Os membros da redação se limitam, no geral, a contribuírem criativamente em determinadas seções da revista, como as de resenhas literárias ou musicais, ou as páginas centrais, onde se inclui um suplemento de humor. Os textos, histórias em quadrinhos etc. que chegam ou são solicitados, são divididos entre todos os integrantes da revista, para que sejam lidos e avalizados. Não realizamos assembléias fixas, e sim em função das necessidades, mantendo um mínimo de funcionamento, e permitindo que a dinâmica da publicação não crie obstáculo ou limite a participação em outras lutas sociais. Nas assembléias, se avaliam os materiais disponíveis e outras questões que sejam estabelecidas. A seleção dos textos é realizada por consenso, tratando por um lado de potencializar o debate, e por outro de evitar o funcionamento democrático maiorias/minorias. Não dispomos de uma redação fixa nem de meios técnicos próprios.
ANA > Um aspecto que chama muito a atenção na revista, são as fotografias, que não são um simples acessório dos textos, mas imagens que trazem muita emoção. Como vocês conseguem essas fotos?
EZ < O aspecto gráfico é muito importante para nós, mas salvo ilustrações concretas que resultam de contribuições originais, e dada a precariedade de meios econômicos na qual nos encontramos, a maioria do material gráfico surge de uma busca constante e minuciosa de imagens em jornais, livros, revistas etc., que vão sendo arquivados. Dessa maneira, quando é necessário, se dispõe de um material adequado para cada texto, com força própria e que, no geral, não se repete em sucessivos números.
ANA > Como é o esquema de distribuição e divulgação da revista? Um tempo atrás vocês faziam uns cartazes super bonitos para divulgá-la. Continuam fazendo isso?
EZ < A revista é distribuída unicamente por canais alternativos, através de distribuidoras alternativas, assinaturas, trocas e apoios pessoais. Os lugares de distribuição são basicamente locais dos movimentos sociais ou sindicais, livrarias e bares. O circuito de distribuição é Euskal Herria e o Estado espanhol, mantendo também contatos na Europa e América Latina. Quanto à publicidade, são enviados exemplares da revista a meios de difusão alternativos, imprensa de esquerda e alguns jornais bascos que se mostram receptivos. Também são editados cartazes de divulgação, sempre tratando de que, ainda que modestos, sejam provocantes ou chamativos. Em algumas ocasiões se fazem apresentações da publicação, tomando como eixo condutor um dos temas incluídos no número correspondente. Igualmente, em alguns momentos significativos, como aniversários da revista, foram realizadas jornadas com palestras, vídeos, música e teatro.
ANA > O “movimento” libertário espanhol tem consciência de se manter uma revista desta viva? Vocês se sentem isolados financeiramente? Parece-me que é uma aventura lançar cada número da revista, não?
EZ < Tal como é possível perceber na pergunta, não se pode falar de um “movimento” propriamente dito no Estado espanhol. Existem diferentes tendências e experiências com desigual nível de conhecimento e coordenação. Entre muitos dos diferentes grupos ou indivíduos que se dizem libertários (e em outros que não o fazem, mas compartilham certas simpatias ou interesses) existe um reconhecimento da trajetória da revista, que é, sem dúvida, uma referência, apesar de ser modesta. Deve-se ter em conta que “Ekintza Zuzena” leva quase 15 anos saindo às ruas, sem perder sua beleza e sua qualidade, o que, dado o caráter voluntário do projeto, é um fato bastante significativo. Com relação ao tema econômico, não buscamos rentabilidade, e sim oferecer o máximo de conteúdo aos leitores. Apesar da publicação vender grande parte da tiragem, não é capaz de autofinanciar-se completamente, o que se agrava porque quase sempre há problemas para se cobrar parte dos exemplares distribuídos. Para tratar de atenuar este problema, se realizam concertos ou se editam materiais complementares.
ANA > Qual a relação que vocês têm com outras publicações espanholas?
EZ < Nossa forma principal de relação com outras publicações, tanto do Estado espanhol quanto de outros lugares, é através do intercâmbio. Algumas vezes foram realizados encontros de contra-informação, mas não houve continuidade dos mesmos. No geral, não temos visto a necessidade real de estabelecer canais de comunicação e debate mais estáveis que o do mero intercâmbio, ou se houve essa necessidade, por exemplo, no caso de certos boletins de notícias, não houve capacidade para levar adiante uma coordenação duradoura. Em conclusão, e salvo exceções, cada projeto segue solitário ou já desapareceu.
ANA > Fale um pouco do panorama das publicações libertárias ou alternativas na Espanha. Algum destaque, críticas…
EZ < Atualmente existem muitas publicações libertárias ou alternativas no Estado espanhol, com diferentes estruturas e difusão. Geralmente as publicações libertárias, salvo aqueles editadas por organizações com um certo peso, são muito modestas e irregulares. São elaboradas fundamentalmente por sindicatos que se dizem anarco-sindicalistas, como a CNT, CGT ou Solidaridad Obrera, grupos políticos e culturais, ateneus, fundações libertárias e individualidades. Existem tanto em papel como em formato eletrônico. A existência dessa pluralidade de publicações define o anarquismo como um movimento historicamente muito preocupado pela educação e a formação como elementos de mudança social e – diferentemente de outras linhas políticas mais pragmáticas ou “científicas” – não foi desprezado o voluntarismo e a iniciativa individual ou de grupos de afinidade na hora de desenvolver qualquer iniciativa. Nesse sentido, e se comparamos com outras ideologias políticas podemos dizer que o movimento libertário é o que edita um maior número de publicações. Pode-se citar, entre outras, publicações como Polémica, Amor y Rabia, Al Margen, Etcétera, CNT, Maldeojo, Salamandra, La Campana, Solidaridad Obrera, La Lletra A, Rojo y Negro, Libre Pensamiento ou Tierra y Libertad. Com relação às publicações alternativas (incidindo na dificuldade de definir este termo) ou de esquerda, existem também muitas experiências, desde as ligadas a partidos ou movimentos, a outras de caráter mais comercial. Poderia-se destacar, entre outras, a revista “Kalegorria”, que distribui via assinaturas vários milhares de exemplares em todo o Estado, e em cuja origem estão o jornal Egin e a revista Ardibeltza, que foram fechados pelo juiz Baltasar Garzón dentro da política de repressão contra a independência Basca em 1998 e 2000, respectivamente. Esta é a publicação política de esquerda não-diária mais importante do Estado espanhol, e conta com uma estrutura profissional. Também podem destacar-se o jornal mensal “Molotov”, editado em Madrid, com uma mínima estrutura de trabalho assalariado, cobertura estatal e uma tiragem de vários milhares de exemplares. Outras publicações resenháveis são El Viejo Topo, El Otro País, Hika, Contrapoder, Resumen Latinoamericano, Archipiélago, Nación Árabe, Panóptico etc.
ANA > Ano passado o “Le Monde Libertaire”, semanário da Federação Anarquista Francesa, divulgou uma charge brincando com o Le Pen, e por isso esse fascista tentou fechar o jornal com um processo judicial, mas não conseguiu. Vocês já passaram por algo parecido, por alguma censura? Já que vocês, através do encarte de humor da revista, escracham todo mundo, diversos políticos espanhóis…
EZ < Até o momento não tivemos tido problemas judiciais nem tentativas de censura governamental, apesar de que já saímos indicados em algum meio de comunicação – dentro da paranóia antiterrorista e antivasca que se vive no Estado espanhol – como “publicação pró-ETA”. No fundo esta acusação faz parte da estratégia de acosso e criminalização contra qualquer tipo de grupo dissidente. Em qualquer caso, deve-se ter em conta que, dentro do atual conflito político que vive o País Basco, expressões como a nossa, ainda que possam ter um indubitável valor qualitativo, jogam um papel marginal e, normalmente, salvo em momentos repressivos concretos ou por pura casualidade, não se convertem em alvo da repressão. A sistemática política repressiva midiática, policial e judicial do Estado espanhol (que levou à existência de mais de 600 presos políticos bascos e milhares de refugiados e deportados) se dirige na atualidade basicamente contra o movimento de esquerda independentista, sob a desculpa de terrorismo e a denúncia da “falta de liberdades” e a suposta defesa da “democracia, da constituição e do estatuto de autonomia Basco”, obtendo neste sentido um alto grau de consenso social, especialmente fora do País Basco.
ANA > Percebe-se que na Espanha existem “muitas” publicações libertárias, anti-autoritárias. Vocês nunca pensaram em formar uma rede de contra-informação, para editar um jornal, ou revista com capacidade de intervenção, grande tiragem, periodicidade regular mesmo?
EZ < Houve diversas iniciativas para criar meios de comunicação libertários com uma projeção mais ampla, mas até o momento nenhum deles prosperou, sendo neste sentido um mero reflexo da realidade atual da divisão e fragmentação do movimento libertário.
No nosso caso, em algum momento de nossa história tivemos contatos com outras pessoas, houve planos de funcionarmos-nos com a revista vasca “Resiste” (desaparecida em 1997). A iniciativa não chegou a prosperar e dessa época tiramos várias conclusões: 1) 1 + 1 não são necessariamente 2. Às vezes trabalhar com projetos com a intenção de fazer um maior pode levar ao desaparecimento dos projetos iniciais, e que o novo tampouco funcione por diversas causas. 2) Uma publicação que se baseia no esforço militante, funciona muitas vezes na base do que é capaz de adaptar-se às possibilidades e ritmos das pessoas que o compõem. O conhecimento mútuo e o bom entendimento entre os integrantes do projeto ajuda também a que dito funcionamento seja melhor. Quando se inicia um trabalho com pessoas com as quais não se teve uma experiência prolongada de trabalho comum, é inevitável que surjam discrepâncias e maus entendidos e que se necessite um determinado tempo a fim de conhecer-se e entrar em consenso sobre determinadas coisas e isso pode ser problemático, já que nesses casos quase sempre se opera com certa pressa e com um certo afã “produtivista”. Isso não quer dizer que não se possa chegar a acordos e a desenvolver projetos amplos com outras pessoas, mas sempre tendo contra que às pressas (salvo em situações extremas) são más conselheiras e que às vezes existe uma fascinação pela construção de coisas gigantes que sejam capazes de opor-se a nossos poderosos inimigos, jogando com muitas de suas regras e caindo, em certas ocasiões, em grandes contradições. Seria interessante, quiçá, incidir a potencialidade dos pequenos projetos e em sua capacidade de inter-relacionar-se não só entre eles, e sim com o meio no qual se desenvolvem.
ANA > Na época da revolução espanhola, o “Solidariedad Obrera” chegou a ter uma tiragem de 200 mil exemplares. Vocês acreditam que essa é uma utopia distante para os dias atuais?
EZ < No momento atual não parece muito provável que possa existir uma publicação anarquista, anarcosindicalista ou até mesmo alternativa que possa alcançar tiragens semelhantes, porque evidentemente “Solidaridad Obrera” respondia a um contexto histórico que agora não se dá, e querer provocá-lo artificialmente, quer dizer, criando o meio antes que a base social seria cair no mesmo espetáculo do poder. Qualquer projeto, seja grande ou pequeno, que pretenda ser transformador deve ser fruto de um trabalho continuo e de uma inter-relação viva com seu entorno. A partir daí, e dependendo de diversos fatores, se desenvolverá em maior ou menor medida.
ANA > Que publicação internacional que vocês gostam?
EZ < É impossível destacar somente uma publicação, até poucas, já que em diversos países encontramos com muitas pequenas ou grandes jóias.
ANA > Não sei se vocês concordam comigo, mas muitas publicações libertárias, de todo o mundo, são muito repetitivas na abordagem de assuntos, de ilustrações… falta uma certa criatividade. Vocês acham que falta poder de análise da sociedade, das problemáticas atuais para as novas gerações de anarquistas? Que não sabemos escrever? Não sei se estou sendo muito radical. Enfim…
EZ > Isso também é um reflexo da realidade do movimento libertário, em que não se dá um debate em profundidade e sem complexos, e existe um ademais aniquilador das estruturas militantes, o que lhes impede analisar adequadamente os problemas e inserir-se nas lutas sociais. Às vezes, quiçá, somos repetitivos porque temos necessidades de incidir no que está acontecendo de alguma maneira, e ao não saber muito bem recorremos a certos “lugares comuns” e ao fácil recurso de querer amoldar a realidade a nossos esquemas ideológicos. Este esquematismo ou “ideologização” da realidade em muitos casos acaba negando ou cobrindo com um manto de prejuízos que a faz incompreensível. A capacidade para pensar e criticar existe, só há que tratar de fazer um esforço para ser honesto e admitir as próprias deficiências e desorientações, assim como a necessidade de confrontar com humildade e imaginação nossas idéias e práticas com as dos outros. Desse “desnudar-se” podem surgir experiências, que nos permitam reviver, não tanto como “ideologia”, mas como pratica social viva.
ANA > Uma coisa que me chama a atenção na revista, e que eu gosto bastante, é que é muito raro vocês editarem alguma matéria falando dos “grandes” anarquistas, tipo Bakunin, Malatesta, Proudhon… Por outro lado, outras publicações libertárias estão sempre editando alguma coisa destes anarquistas. Não sei, mas parece que algumas publicações libertárias pararam no tempo.
EZ < Preferimos oferecer textos sobre questões atuais ou revisões de fatos históricos vistos desde o presente, que resgatar escritos de autores clássicos. Nos parece que isso possa ser mais adequado ao tempo em que vivemos, que tem particularidades que evidentemente não puderam conhecer as pessoas que viveram e escreveram há um século. Isto não implica em renunciar a oferecer testemunhos ou referências diretas desse passado que possam ser perfeitamente válidas em nossa realidade.
ANA > Uma curiosidade. Jabi, você presenciou durante o “Encontro Internacional de Cultura Libertária”, de Florianópolis, em 2000, uma “assembléia”, que se discutia a criação de uma Federação Anarquista Brasileira. Bem, o que você achou daquilo tudo? Daquela confusão? Já tinha visto algo igual?
Jabi < Não é raro encontrar em qualquer lugar com este tipo de acalorados debates e a dificuldade de organizar-se e entender-se. Aí influem muitos aspectos, tanto de índole pessoal como grupal. Às vezes essas brigas partem, tanto da intolerância e do medo de confrontar-se com a realidade como da desorientação. Ainda assim, é melhor assistir a este pequeno caos em que somos, pelo menos, os protagonistas e tratarmos, ainda que seja indecisamente, de buscar nosso caminho, ao invés de deixar que nos organizem burocratas e profissionais da política.
ANA > Bem, acho que é isso. Querem acrescentar algo?
EZ < Somente dar ânimo às pessoas que em cada lugar do mundo estão tratando de lutar um pouco contra os “inimigos objetivos”, e outro pouco contra si mesmo, para construir essa utopia de liberdade e dignidade que é cada vez mais necessária.
agência de notícias anarquistas-ana
Vovó, venha ver!
Nossa árvore não morreu!!!
Tem folhas novas!
Neide Portugal
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!