[Aconteceu entre os dias 28 e 31 de outubro, na Biblioteca Anarquista A Ghavilla, em Compostela, a décima edição das Jornadas Anarquistas. O que segue é um relato sobre este encontro.]
Para começar, gostaríamos de agradecer a todos que vieram para as Jornadas e a participação ativa nas mesmas.
No primeiro dia, segunda-feira (28), aconteceu a palestra “Meios Informativos em Guerra Social”, que contou com a intervenção de compas da revista “Abordagem” e dos blogs “Rebelións de las Palabras” e “El retrocesso”, falando de seus respectivos projetos informativos, de segurança na rede, de repressão, da importância da propaganda em papel, e até mesmo da linguagem a utilizar. Em um ambiente distendido e animado (tendência geral que se repetiria em todos os dias destas Jornadas), contamos com a presença de mais de 30 pessoas; após o bate-papo degustamos um bom prato de fabada vegana.
Na terça-feira (29), o tema foi “As Mulheres Temos a Palavra”, que atraiu cerca de 60 pessoas (no dia com maior assistência), o que dá para pensar na importância e no interesse que provocou esta proposta. Por problemas médicos, a companheira de “A Revolta dxs Caracóis” se ausentou (a quem aproveitamos para desejar que já esteja recuperada). As companheiras do Grupo Anarco-Feminista Tempestade de Vigo apresentaram o seu projeto e depois deram lugar às compas Anarco-feministas de A Coruña, que propuseram um jogo- dinâmica apresentando como agir em caso de violência de gênero entre compas, o que resultou muito participativo e que deu origem a um interessante debate. Depois disso, voltaram a falar as companheiras do grupo Tempestade, que discorreram sobre a problemática da prostituição, que provocou um debate ainda mais intenso e com muitas intervenções. No final pudemos desfrutar de um saboroso prato de lentilhas e frutas com chocolate.
Na quarta-feira (30), aconteceu a palestra “A Defesa da Terra, a Nova Luta de Classes”, que não foi tão concorrida como esperado, provavelmente porque Miguel Amorós estaria também em quatro outras cidades e vilas da Galícia. No entanto, cerca de 30 pessoas escutaram seus argumentos sobre a luta antidesenvolvista, a volta ao comunitarismo dos conselhos como espaço de decisão e a busca da autogestão alimentar – conversa que também resultou em discussão e onde levantou-se a questão: o ambiente rural também não seria uma panaceia? No final pudemos saborear um delicioso prato de cogumelos com arroz.
E no último dia, na quinta-feira (31), presumimos que fomos vítimas do Samaín e da ponte, com a presença de umas 15 pessoas, escutando o informe dos compas de Madri de como vêem o anarquismo e o anticapitalismo naquela cidade, suas saídas para mudar o que não vai bem e promover práticas novas que serviriam para fazer sair o anarquismo dos guetos – das “especialidades” nas lutas, argumentando de como se aproximar da “gente comum”, recuperando o conceito de classe oprimida. Além disso, falaram do projeto de que fazem parte, o jornal gratuito em papel “Todo por Hacer“. Ainda que poucos, o debate foi muito participativo e, enquanto debatíamos as diferentes maneiras de entender a ação anarquista ou de como fazer propaganda de nossas ideias, degustávamos patê de húmus e um creme de abóbora.
E terminando como começamos este relato, muitíssimo obrigado a todos pela participação no agradável ambiente de A Ghavilla. A bondosa recepção e participação, embora as inclemências do tempo, em fatos como este dão ânimo para continuar na luta e seguir organizando outras jornadas. Vamos pelas XI.
Individualidades Anarquistas de Compostela
agência de notícias anarquistas-ana
No campo queimado
ainda uma leve fumaça
Tronco resistindo
Eunice Arruda
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!