[Os dois anarquistas detidos em Barcelona foram acusados de serem os autores e as autoridades espanholas pedem para eles de 15 a 20 anos de prisão. Há outros três acusados de colaboração.]
A polícia de Barcelona prendeu na cidade dois cidadãos chilenos, suspeitos de colocar a bomba que explodiu na Basílica del Pilar de Zaragoza, no último 2 de outubro. Eles são vinculados pelas autoridades ao “Comando Insurrecional Mateo Morral”, que reivindicou a ação e que leva o nome do anarquista que atentou em 1906 no casamento de Afonso XIII e Victoria Eugenia, em Madri. Além dos dois cidadãos chilenos, também foram presos um colaborador italiano e outras duas pessoas que vivem no mesmo endereço e que, segundo a polícia, “não residem ou residiram na época [do ataque] em Zaragoza“.
A prisão ocorreu às 2h50 desta quarta-feira (13 de novembro). Os dois principais detidos são acusados de colocar e ativar o dispositivo que explodiu na nave central do altar-mor da Basílica del Pilar de Zaragoza, no último 2 de outubro.
Segundo uma nota do Ministério do Interior, os três principais detidos pertencem a organizações ou grupos anarquistas com conexões internacionais, responsáveis por várias ações.
Os cinco detidos vão se apresentar ante o juiz do Supremo Tribunal amanhã (15 de novembro), sob a acusação de delito de estragos terroristas. O magistrado Eloy Velasco será o responsável por receber as declarações e decidir sobre sua prisão, já que o delito o qual são acusados (o 572 do Código Penal) é punível com pena de prisão de 15 a 20 anos.
A polícia contou com a colaboração da Polícia de Inteligência do Chile, órgão policial que realizou as investigações no Caso Bombas, processo judicial em que 12 pessoas foram indiciadas como membros de uma organização terrorista e responsáveis pela colocação de mais de 30 dispositivos incendiário-explosivos entre 2006 e 2009 no Chile. Uma das ações realizadas por este tipo de organização foi colocar um artefato explosivo em 21 de novembro de 2009 na Igreja dos Sacramentos, em Santiago (Chile).
Nesse procedimento penal, os dois homens detidos agora foram absolvidos de 25 e 20 anos de prisão. O Ministério do Interior disse que a absolvição se deu por um “erro processual”. Mais tarde, ambos se mudaram para Barcelona, onde fixaram residência.
Eles foram acusados de ter ido a Zaragoza em 2 de outubro, em transporte público, levando em uma bolsa o dispositivo explosivo que então colocaram na Basílica del Pilar e ativando-o, causando grandes danos no interior deste templo e provocando lesões de diferentes graus em uma pessoa.
A operação ainda está em aberto. Participou dela agentes da Delegacia Geral de Informação e de brigadas de Zaragoza, Barcelona e Madri (pela bomba de Almudena). Fontes da investigação acusam os dois detidos de ter planejado voltar a atentar contra outra catedral.
Contra o símbolo da Hispanidad
Em 3 de outubro, um dia depois do ataque à Basílica del Pilar, o grupo reivindicou a ação em uma declaração na qual eles alertavam para que estandartes fascistas como este não são e jamais serão lugares seguros: “a Basílica del Pilar é um dos templos importantes para os detentores do poder. Visitada por Franco em várias ocasiões e pelo Papa João Paulo II em 1982 e 1984, se destaca como um dos principais símbolos e ponto de encontro do fascismo”, afirmava.
Protestava contra o fato de que “a Virgem del Pilar é a padroeira e rainha da hispanidad; dentro do templo penduram, como verdadeiros troféus, as bandeiras de todos os Estados que dominam o território latino-americano, fazendo gala do extermínio provocado pela civilização, e do lado do templo se encontra a Plaza del Pilar, que conta com a fonte da hispanidad que desenha o mapa do continente central e sul-americano”.
Também reprovava que a Virgem fosse padroeira da Guarda Civil, após uma ordem assinada por Alfonso XIII, “o mesmo que fora alvo do anarquista que dá nome ao nosso grupo, e que revivemos em fevereiro deste ano em outro ataque a um símbolo de poder [o ataque à Almudena]”.
“Depois da vitória do fascismo em 1939, declara-se Pilar como templo nacional e santuário da raça. Passa a ser um local privilegiado para Franco e seu séquito, que recebeu uma importância central na tomada de Zaragoza e sua vitória sobre a Frente de Aragon”, insistia o comunicado, que também lembrava que “neste templo jaz o corpo do empresário e Cardeal Juan Soldevila, morto pelos Los Solidarios, em 1923, por ser um dos financiadores dos atiradores da patronal”.
agência de notícias anraquistas-ana
na folha orvalhada,
gota engole gota,
engorda, desliza e cai
Alaor Chaves
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!