[Texto publicado na página web “Contra-ataque Estudantil”, sobre o aniversário do assassinato de Alexis Grigoropoulos pela Polícia em 6 de dezembro de 2008 e a rebelião que ocorreu na sequência.]
Cinco anos atrás, em 12 de dezembro de 2008, o estudante de 15 anos Alexis Grigoropoulos foi morto pelo policial especial Korkoneas. A rebelião de jovens que sucedeu o assassinato, protagonizada por estudantes do ensino médio, revelou o verdadeiro papel da Polícia, ou seja, que ela não existe para proteger os cidadãos, mas para reprimir, prender e até mesmo matar os trabalhadores, a juventude, a quem se opõem aos planos do governo e dos empregadores. Esta rebelião pavimentou o caminho para todas as lutas importantes que vemos até hoje.
Cinco anos depois, o governo de Samarás assassina diariamente. Assassina com a pobreza, miséria e o desemprego, onde taxas referentes aos jovens nessas condições é de cerca de 70%. Como uma ditadura moderna, ataca todos os nossos direitos. Não só nos priva do futuro, mas também do presente, dissolvendo a Educação pública. Com a “Escola Secundária Nova”, introduziu uma lei aprovada em setembro passado, e com a demissão de 2.500 professores, planeja fechar as escolas de ensino médio e deixar milhares de estudantes de fora delas, porque converte o ensino médio em uma maratona de exames, através do quais poucos conseguirão entrar na faculdade ou, inclusive, graduar-se. Quanto às escolas secundárias técnicas, estão se dissolvendo, porque das 110 especialidades (faculdades) só ficaram apenas 23!
O plano do governo e da Troika é converter-nos em escravos modernos a trabalhar por quatro peras, como e quando querem nossos empregadores – e tudo isso acontece para que o sistema capitalista podre supere sua crise. Por esta razão, usam mais e mais policiais e forças antidistúrbios, acusando de terrorista qualquer pessoa que resiste. A Polícia que naquela época matou o Alexis, agora está atacando de uma forma ainda mais violenta os trabalhadores e os jovens. É o único aliado que restou ao governo.
O 6 de dezembro para os estudantes é um dos dias mais importantes. É o dia em que lembramos qual é o futuro que nos preparam os governos. É também o dia em que nos lembramos que os estudantes não só podem lutar, mas também podem fazer tremer os governos. Não é apenas um dia de lembrança, mas um dia de luta; que a ofensiva que recebemos é muito maior do que nos fez ir para as ruas em 2008, que devemos nos inspirar na revolta de dezembro e organizar um novo dezembro, uma nova rebelião que tenha como objetivo arrastar o resto da sociedade – para derrubar a ditadura do governo e da Troika, para salvar nossas escolas, para parar o terrorismo dos antidistúrbios, para reivindicar o futuro que merecemos e não o que estão nos preparando.
• Abaixo a ditadura do governo e da Troika!
• Abaixo a “Nova Escola” – Não as demissões de professores!
• Dissolução das forças antidistúrbios!
• A esmagar os fascistas e a repressão!
Contra-ataque Estudantil
agência de notícias anarquistas-ana
nuvem parada
beijada pela brisa
fica molhada
Carlos Seabra
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!