O companheiro Spyros Stratoulis está encarcerado nas prisões gregas desde os 17 anos, estando sob um peculiar regime de sequestro durante quase 22 anos. Estas 2 décadas têm lutado contra a podridão do sistema penitenciário, destacando sua face hipócrita e exigindo dignidade. As dezenas de textos assinados por ele ao longo destes anos, suas denúncias pelas condições do encarceramento, suas greves de fome e abstenções da comida da prisão, são só alguns exemplos da longa lista de lutas que têm levado. E, tudo isto, com um grande custo.
Apesar de sua longa estadia no cárcere, Spyros contava com o benefício da saída da prisão só há 2 anos. Entre 2008 e 2010, lhe impuseram a prisão preventiva a espera de julgamento pela revolta de 2007, que ocorreu em várias prisões gregas após a surra em um preso anarquista (Yannis Dimitrakis) nas mãos dos carcereiros. Isto resultou nas repentinas respostas negativas/repentinas represálias a suas solicitações de permissão de saída, assim como um sem fim de horas de isolamento, por considerá-lo, as autoridades penitenciárias, um preso perigoso.
Em julho de 2012, se iniciou uma operação organizada pela chefatura de polícia da cidade de Tessalônica, atacando casas, ateneus e okupas, detendo e perseguindo dezenas de compas, acusados de pertencer à suposta “organização criminosa de ateneus de Tessalônica”. O enorme arquivo judicial se baseia exclusivamente em interceptações de chamadas telefônicas.
Quase um ano depois, em abril de 2013, o compa Spyros Stratoulis foi chamado para declarações ante o fiscal por este caso. Seu processo se baseia em escutas telefônicas de terceiros. Apesar do fato de que não lhe impuseram a prisão preventiva nem condições restritivas por este caso, lhe aplicaram de maneira automática o parágrafo do artigo 55 do código penal, segundo o que está pendente o juízo por um delito maior. Mediante a aplicação deste parágrafo, não só lhe tiraram a permissão de saída que tinha periodicamente e que conseguiu com sua luta, senão também lhe bloquearam o direito de solicitação de suspensão da pena que poderia ter apresentado em setembro (liberdade condicional), e seguirá na prisão a espera de julgamento. Isto significa que há uma grande possibilidade de que seja obrigado a cumprir o limite máximo de encarceramento, quer dizer, 25 anos, esperando que o caso vá a julgamento.
Spyros está em greve de fome desde segunda-feira, 11 de novembro de 2013. Desta maneira, exige que cesse de imediato todos os processos antes mencionados e reclama a extinção da pena para que lhe restituam as permissões de saída.
Como mostra em solidariedade com a luta de Spyros, começou uma greve de fome o anarquista Rami Syrianos, desde o dia 21 de novembro, preso no cárcere de Domokos, e desde 25 de novembro Ergün Mustafa e Michalis Ramadanoglou, presos nos cárceres de Malandrino e Grevena, respectivamente.
A militância e a ética que têm mostrado o compa, todos estes anos, não poderia ser maior, ficaremos a seu lado em cada luta por dignidade e liberdade.
Não deixemos a ninguém só em mãos do Estado.
Restituição imediata das permissões de saída.
Fim ao processo contra ele.
Iniciativa anarquista pelo grevista de fome Spyros Stratoulis
Nota: Desde 27 de novembro, 22 presos do módulo 2 da prisão de Larissa, assim como 13 presos da ala B1 do cárcere de Grevena, se abstém da comida da prisão em solidariedade com os 4 grevistas de fome, Spyros Stratoulis, Rami Syrianos, Ergün Mustafa e Michalis Ramadanoglou. Foram publicados numerosos textos e tem havido gestos em solidariedade com a luta de Spyros Stratoulis. Entretanto, os solidários informam que o preso Spyros Stratoulis foi transferido ao hospital, que se encontra fora da cidade de Larissa em 2 de dezembro e, no dia seguinte, foi devolvido à prisão de Larissa.
Tradução > Sol de Abril
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Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!