Na Espanha há 75.000 pessoas presas. Noelia Cotelo é uma dessas presas que o Estado mantém encerradas. Este mês escrevia um comunicado, mais um, em que explicava os abusos que sofre no presídio em mãos de funcionários carcereiros.
Falamos com Lola, a mãe de Noelia, que há poucos dias participou em uma palestra organizada por Mulheres Livres da CNT Zaragoza, denunciando a situação de sua filha.
Por D. Font
Pergunta > O caso de Noelia já começa a ser bastante conhecido por todo o movimento libertário. Como está sua filha? Em que condições se encontra?
Resposta < Como pode estar uma pessoa que está completamente isolada, encerrada 23 horas por dia no cárcere?
Pergunta > Continua em regime FIES?
Resposta < Sim, é um FIES camuflado. Está no regime 91.3 em que as pessoas passam no mínimo 21 horas por dia em sua cela.
Pergunta > Em seu último comunicado, Noelia se queixava dos entraves que colocavam para contatar com o exterior. Te deixam visitá-la?
Resposta < Em Ávila cheguei ali e por ordem do diretor, não me deixaram entrar, viajando desde a Galícia e tendo o vis a vis com ela. Nas demais até agora não tenho tido problema.
Pergunta > Em Albolote, o cárcere onde Noelia está encerrada agora, é um a mais dos cárceres onde se pratica a tortura às presas, ou a situação ali é mais dura?
Resposta < É igual, há somente um médico que olha um pouco mais por ela.
Pergunta > Que tipo de maus-tratos têm sofrido Noelia?
Resposta < Vexames, surras, tentativa de violação, insultos, duchas de água fria, janelas sem vidros no inverno…
Pergunta > O que te sugere a palavra reinserção e que opinião tem de uma sociedade que se diz democrática e permite a tortura?
Resposta < Nestes centros de extermínio não existe reinserção. Democracia? Estamos em uma ditadura camuflada.
Pergunta > Para concluir, como se dá o sofrimento aos que estão fora?
Resposta < Impotência contra tanta injustiça, já não temos mais lágrimas. Só 1.200 quilômetros de distância para ir e outros tantos para voltar, para estar 1 hora e meia com minha filha.
Fonte: Periódico CNT nº 405 – Novembro 2013
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agência de notícias anarquistas-ana
Velha lagoa
um sapo mergulha
barulho d’água.
Matsuo Bashô
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!