[O terrorismo de Estado contra a luta contra a instalação de uma mineradora de ouro em Calcídica continua. Mais de um ano após a manifestação antimineração de 21 de outubro de 2012 em Calcídica, as autoridades judiciais perseguem um jovem de 15 anos de Komotini, por haver participado naquela manifestação. A seguir, um comunicado do local anarquista Utopia A.D sobre este caso.]
Na quinta-feira, 5 de dezembro de 2013, uns policiais vestidos de civil chegam ao domicílio de um estudante secundarista na cidade de Komotini (Tracia, norte da Grécia) para entregar-lhe uma ordem judicial, segundo a qual teria que comparecer ante um juiz instrutor para testemunhar acerca de sua participação em uma manifestação antimineração na localidade de Skuriés, na província de Calcídica, em 21 de outubro de 2012.
Então havia saído um ônibus com gente de Komotini até Calcídica, depois de um chamamento dos habitantes da capital de Calcídica para participar na manifestação contra a instalação de uma mineradora de ouro em Skuriés. Antes que o ônibus chegasse a Lerissós, precisamente fora do povoado de Olimpíada, a polícia deteve o veículo para fazer um controle, registrando os dados de todos os passageiros e retendo a duas pessoas por posse de máscaras antigás.
Ao chegar a marcha próximo das instalações da empresa mineradora Ouro Grego (Elinikós Jrisós), fortes forças policiais (polícias secretos, policiais das chamadas forças antidistúrbios, etc.) bloquearam o caminho e milhares de manifestantes pararam ante eles. Alguns trataram de negociar a rota da marcha e os demais estavam gritando lemas. De repente pegou fogo no bosque atrás dos policiais. Rapidamente chegaram os bombeiros, que conseguiram extingui-lo, pois o fogo não se havia propagado. Este fato desorganizou as pessoas e lhes deu a oportunidade, aos policiais, de investir contra a marcha. A continuação se fez uso generalizado de produtos químicos, disparados diretamente nos manifestantes. A polícia se pôs a perseguir as pessoas, e um esquadrão que estava escondido de repente atacou o flanco lateral do bloco de manifestantes.
Neste estado de caos o estudante perdeu sua carteira, dentro da qual estava sua cédula de identidade. A carteira finalmente foi encontrada pela polícia e durante todo este tempo tem sido guardada. Mais de um ano depois destes acontecimentos o estudante é chamado a defender-se ante um juiz instrutor, acusado de “desobediência” e “motim”.
Uma vez mais, o Estado faz todo o possível para assegurar o bom funcionamento de uma empresa mediante a destruição de um ecossistema inteiro e a aniquilação de qualquer um que impeça seus planos, inclusivo de um estudante menor de idade.
Esta tática terrorista têm sido utilizada contra todos os habitantes de Lerissós. Recentemente o primeiro ministro chamou “organização criminosa” aos lutadores, igualando-os com o bando neonazi Aurora Dourada.
O Sistema se vale do temor e do terrorismo, mediante a violência e as perseguições judiciais, assim que os que não estão de acordo com ele e reajam tenham cada vez mais medo, e que cada vez mais pessoas permaneçam inativas ante o que não se mostram conformes, e que esperem a algum messias para que lhes salve.
A solidariedade e a luta constante por terra e liberdade, igualdade e respeito, as estruturas anti-hierárquicas e nossa auto-organização, devem ser nossa resposta.
PS. Enquanto a brutalidade dos policiais, assim como a luta contra as minas de ouro, informações (em grego) na página web antigoldgr.org e em utopia-ad.org na categoria meio ambiente/animais. Citamos dois fatos (da manifestação de 21 de outubro de 2012) como exemplo: policiais das chamadas forças antidistúrbios quebra o para-brisa de um carro de um homem de 66 anos e atira dentro gases lacrimogêneos, enquanto que outro obriga a uma mulher de 55 anos que se ajoelhe, quebrando-lhe o tornozelo a chutes.
Tradução > Sol de Abril
agência de notícias anarquistas-ana
velho sapato
lembra das caminhadas
solto no mato
Carlos Seabra
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!