Há alguns dias, uma pessoa foi condenada a 25 (vinte e cinco) anos de prisão por ter participado (de acordo com o tribunal que a condenou) em um assalto a banco. Ela foi condenada a 25 anos de prisão sem qualquer prova ou evidência de sua culpa. Ela foi condenada a 25 anos de prisão sem ter sido identificada por testemunhas. Essa pessoa se chama Tasos Theofilu e é anarquista.
Poucos dias depois, uma pessoa que tinha atropelado e matado um homem dirigindo seu carro enquanto falava ao telefone, foi libertada pela “Justiça”. Nomeadamente, esta pessoa foi condenada a 2,5 (dois e meio) anos de prisão com suspensão da pena. Ela pagou uma parte ou toda a sanção imposta e foi posta em liberdade. Esta pessoa é a esposa do vice-ministro das Finanças.
Há alguns anos, o bode expiatório do sistema político, um ex-deputado e ex-ministro dos governos do partido neoliberal Pasok, foi acusado de vários crimes. Em seu julgamento, celebrado há alguns meses, foi condenado a 20 anos de prisão por se declarar culpado de lavagem de dinheiro (milhões de euros) de forma contínua e sistemática. Aproveitando-se de várias disposições de várias leis permanecerá na prisão por dois anos e meio.
Em 6 de dezembro de 2008, um policial atirou e matou a sangue frio o jovem de 15 anos Alexis Grigoropoulos. Ele foi condenado à prisão perpétua, mas um ano e meio depois foi libertado com medidas restritivas. Cinco anos após o assassinato ele segue livre, como o policial que o acompanhava durante o assassinato, que no mesmo julgamento foi condenado a 10 anos de prisão.
Em 17 de novembro de 1985, um policial atirou e matou a sangue frio o jovem de 15 anos Michalis Kaltezas. Ele foi condenado a 2,5 (dois e meio) anos de prisão, mas um ano e meio depois, no segundo julgamento, foi absolvido.
Poderíamos citar muitos casos semelhantes. Mas não acreditamos que isso se faça necessário para expor a natureza classista da “Justiça” burguesa e o diferente tratamento de que gozam as “ramificações” do Sistema em relação aos seus bodes expiatórios e, certamente, a seus “inimigos internos”, ao serem reprimidos e processados. Nos limitamos a esses poucos exemplos, que consideramos ilustrativos e suficientes para ter uma ideia mais abrangente do caso Tasos Theofilu. Se alguém acredita que a sentença de Tasos Theofilu foi uma “falha da Justiça”, “um caso isolado” ou qualquer outra coisa, por favor leia nossa entrada “Acontece a um anarquista”. Abaixo você pode ler a última parte dela:
“Cada pequeno burguês, cada despreocupado, cada tipo do “sim, mas…”, cada moderado, cada lobotomizado pela televisão, cada apático, cada qual que representa o grego médio, o dia de ser processado por sua casa, por suas dívidas, por seu trabalho, por seu lugar de origem, o dia que venham por ele e por sua vida (porque virão), que recorde a Theofilu e a sua condenação a 25 anos de prisão, e que sussurre a si mesmo, sem voz: “Sim, mas ele era anarquista”.
O texto em castelhano aqui:
Notícia relacionada:
http://noticiasanarquistas.noblogs.org/post/2014/02/14/grecia-acontece-a-um-anarquista/
agência de notícias anarquistas-ana
Todos dormem.
Eu nado na noite
que entra pela janela.
Robert Melançon
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!