Na noite de 8 de março, e depois de participar nos atos do Dia Internacional da Mulher, um grupo de antifascistas e feministas, em Malmö, na Suécia, foram atacados pelos fascistas. Quatro dos nossos companheiros foram feridos com cortes em seus braços e esfaqueados no peito – sendo um deles, Showan, em risco grave de morte e em estado de coma por fortes golpes na cabeça e apunhaladas no pulmão.
Este ataque não foi mera coincidência, mas organizado. O nosso companheiro Showan é ativista de diferentes coletivos antifascistas e já havia sido ameaçado por fascistas por seu trabalho contra a homofobia e o racismo no futebol. Três dos agressores que foram detidos são membros do partido neonazista “Svenskarnas Parti” (o partido dos suecos), entre os quais se encontra Andreas Carlsson, que recentemente viajou para Kiev como voluntário para apoiar o partido fascista ucraniano “Svoboda Party”.
Este fato não pode ser visto como algo isolado. Estamos sendo testemunhas de uma tendência geral na Europa, o apogeu de um fascismo militante, agressivo e violento cujos ataques são dirigidos contra indivíduos e movimentos sociais antifascistas. Enquanto isso, o Estado, a serviço do capitalismo, o encobre e alimenta. A polícia minimiza os ataques a brigas de rua e de grupos extremistas, a imprensa manipula as informações a sua vontade e a Justiça se dedica a reprimir e criminalizar a resistência antifascista. Na Suécia, o nosso companheiro Joel segue sob custódia – acusado de tentativa de homicídio – por responder a um ataque de nazistas em uma manifestação antirracista em dezembro passado em Estocolmo, igual que Josef na Áustria; e sem esquecer o nosso companheiro Felix de Barcelona, a espera de julgamento por agressão após passar também mais de duas semanas em prisão preventiva.
No Estado espanhol temos o exemplo de partidos políticos e organizações neonazistas e fascistas, como o partido Movimento Social Republicano, Democracia Nacional, Falange ou Aliança Nacional, onde, entre suas fileiras, estão pessoas julgadas por crimes violentos, posse de armas e pertencentes a organizações internacionais neonazistas, como Blood and Honor (Sangue e Honra) e que, como no caso da Suécia, se coordenam e treinam com outros partidos ultradireitistas e paramilitares como Jobbik na Hungria, Svoboda na Ucrânia e Aurora Dourada na Grécia. Os mesmos que hoje nos atacam nas ruas, são os que amanhã se apresentarão nas eleições.
O fascismo não é algo abstrato, continua sendo uma ameaça para os imigrantes, homossexuais, antifascistas e muitas pessoas têm que enfrentá-los dia-a-dia. Todos os anos são produzidos centenas de ataques fascistas, que em numerosas ocasiões custaram a vida de companheiros. Apenas nos últimos 10 anos, 14 antifascistas morreram nas mãos da escória fascista, entre eles Carlos Palomino em Madri em 2007 e, recentemente, Clément Méric em junho de 2013 (França) e Pavlos Fyssas em setembro de 2013 (Grécia).
Não podemos ficar parados observando quem será a próxima vítima. A luta é todos os dias na rua e é hora de se auto-organizar, porque só através da ação direta que poderemos pôr fim ao fascismo de uma vez por todas.
Nem mais uma gota derramada de nosso sangue. Que a solidariedade se faça ação.
Contra o fascismo, auto-organização e ação direta.
Showan resiste!
Ação Antifascista Zaragoza
agência de notícias anarquistas-ana
Pássaros em silêncio.
Noturna chave
tranca o dia.
Yeda Prates Bernis
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!