Neste fevereiro de 2014, enquanto a maioria dos habitantes desta meia ilha celebra o 170º aniversário da criação do Estado dominicano, nós tentaremos fazer uma retrospectiva do ano de vida de nosso centro social. Este tem o nome do grupo anarquista que lhe deu origem, que por sua vez, tem o nome da região onde nasceu: Cibao. Contam que Cibao significa “lugar onde abundam as pedras”, em taíno (idioma do povo tradicional Taíno). Já para muitos é uma preocupação a existência de anarquistas, mais ainda onde abundam as pedras. Mas desta vez tentamos usar essas pedras não para lançá-las aos opressores de plantão, mas para construir um espaço autônomo próprio, onde possamos colocar uma biblioteca, realizar atividades e experimentar com as ideias antiautoritárias dentro de uma comunidade afim.
Em fevereiro de 2013, alugamos um apartamento (dada a dificuldade de okupar neste país) onde, em princípio, viveríamos 5 compas. Inicialmente fazíamos uma reunião semanal para tratar das questões internas do centro; também umas saídas para a compra do jantar coletivo; reunir livros para a biblioteca e uma oficina de pensamento crítico que já se realizava em um parque da cidade, com uma lousa pequena e todos sentados em um tapete (nossa única “mobília” no momento). Também houve a tentativa de fazer um dia semanal de improviso musical. Tivemos um curso de português que durou algumas aulas, uma oficina de teatro experimental e um cine-debate aos sábados.
Logo alugamos o apartamento ao lado, pois necessitávamos de mais espaço e haviam mais compas que queriam fazer parte da experiência. No centro chegaram a viver 11 compas de maneira permanente, ainda que nem todos se dissessem anarquistas – além de nossas visitas de turno, especialmente viajantes que temos contatado através de “Couchsurfing”.
Em 12 de outubro realizamos uma apresentação do centro aos vizinhos do bairro, começando com uma biblioteca de intercâmbio de livros após a apresentação e mais tarde um cine-debate com a projeção do filme “E também a chuva”. No início deste ano realizamos um evento chamado “meu anarquismo”, em que todos os presentes expuseram seu anarquismo e não o anarquismo como absoluto.
As 3 atividades que mantemos constantes são: a biblioteca livre (de intercâmbio de livros no Parque Duarte desta cidade), o café filosófico (uma tertúlia onde temos repassado a história da filosofia, enquanto compartilhamos um café e o brinde do dia) e às sextas temos a noite literária, onde trocamos escritos próprios e citados.
Em fevereiro de 2014, por múltiplas razões, decidimos mudar: o novo local está muito próximo do anterior e sua localização e cobertura (ampla) oferece novas possibilidades à comunidade do centro, assim pois, celebramos este aniversário com nova localização e ânimo. Vemos neste 2014, muitas oportunidade de realizar nossos vários projetos iniciados ou sem iniciar, sempre com olhos críticos e todas as contradições e dificuldades da vida coletiva que se possa imaginar.
Agradecimentos aos compas de Santo Domingo que nos têm ajudado. E um abraço libertário a todos os que buscam, lutam e experimentam em todos os rincões do mundo em prol de uma sociedade horizontal e livre.
Desde Santiago de los Caballeros, no centro da região Dominicana da Ilha de Quisqueya ou Ayiti.
Tradução > Sol de Abril
agência de notícias anarquistas-ana
durante o teu sonho
eu brinco com as nuvens
e tu não sabes de nada
Lisa Carducci
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!