[Acaba de ser publicado o livro “Ezequiel: El profeta que incendió la pradera” (Ezequiel: O profeta que incendiou a pradaria), que retrata a vida do líder indígena e militante libertário Ezequiel Urviola.]
O volume, de cerca de 300 páginas, escrito em uma prosa admirável, recria fascinantemente as vicissitudes da vida de um grande mestiço, Ezequiel Urviola, que voluntariamente assume a identidade de índio, usando um traje que caracterizava precisamente àqueles setores, os mais vulneráveis da sociedade; não obstante, estuda na Universidade de Arequipa a carreira de advogado, o que não culmina, por dedicar-se totalmente à apaixonada defesa dos “humilhados e insultados” de sua região, a favor dos quais esteve sua vida, sua saúde e as inúmeras prisões – “acidentes de trabalho”, chama nosso Mariátegui – meio o qual contrai uma tuberculose galopante que será, finalmente, o que terminará com sua heroica existência, depois de ser venerado por quechuas e aimarás, que sabiam que ele era um deles.
“Lutei durante toda a minha vida: fracassei e triunfei, chorei e me alegrei, caminhei e descansei, mas sempre me mantive no calor da batalha. Companheiros, assim fui: me perseguiram, me torturaram, me encarceraram, mas nunca trai nem me curvei jamais. Mas esta batalha contra a tuberculose, perdi. Lutei até o fim, até onde as forças de meu espírito me permitiram. Bem, me vou feliz por ter lutado por meus irmãos de raça, feliz por ter lutado pela causa justa dos trabalhadores em Lima, feliz por ter os conhecido. Eu só faço-lhes um pedido: quero ser enterrado com todas as minhas roupas originárias, que nunca deixei de usar, seja no morro San Cosme ou San Cristóbal Hill, que são o Apus de Lima, ou perto do mar, para ter a sensação de estar ao lado do meu amado Lago Titicaca. Ponha-me para viajar: milho, feijão, batatas, quinoa, a sagrada folha de coca e um pouco de álcool. E você , meus amigos, sigam lutando incansavelmente, que estarei assistindo não sei como, nem em que momento: mas estarei olhando e ajudando-os de onde estiver. Adeus, companheiros. Assina Ezequiel.”
Mais infos em:
http://www.losandes.com.pe/Cultural/20140511/80098.html
agência de notícias anarquistas-ana
pela passarela.
flores de jacarandá
ao toque das mãos.
Sérgio Pichorim
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!