Milhares de pessoas participaram de uma marcha pelo centro de Barcelona em protesto pelo desalojo e demolição parcial do centro Can Vies do bairro de Sants. A marcha se dissolveu após as 22 horas e, como nas noites anteriores, aconteceram importantes incidentes e repressão policial. Tal e como se tinha previsto, várias marchas, com origem em diferentes pontos da cidade, confluíram esta tarde [31 de maio] às 19 horas na Praça Universitat e a partir dali percorreram várias ruas nos bairros de Paral·lel e del Raval, em uma demonstração de solidariedade com o coletivo que ocupou este edifício nos últimos 17 anos.
A marcha ocorreu de forma pacífica até a metade de La Rambla quando um amplo dispositivo dos Mossos d’Escuadra [polícia catalã] impediram que os manifestantes completassem o percurso da passeata até Colón. A comitiva se desviou então por outras ruas até a Avinguda de les Drassanes e a próxima Rambla del Raval. Após a intervenção policial e os enfrentamentos o saldo desta nova batalha na rua foi de pelo menos dois detidos, que se somam aos mais de 60 presos estes dias.
Os organizadores calculam que foram mais de 20.000 pessoas as que se somaram à reivindicação ao longo do percurso, segundo informaram através do Twitter.
A principal marcha tinha como ponto de partida o próprio centro social de Can Vies, onde no meio da tarde um grupo de castellers [grupo que faz castelos humanos], levantaram um pilar em solidariedade e no qual esta manhã fizeram uma reconstrução simbólica. Logo, já na Praça Universitat, se agregaram vários grupos de cidadãos contra o desalojo e derrubada do edifício ao grito de “Resistência”. O volume da concentração obrigou nesse momento a interromper brevemente o tráfico no trajeto da Gran Vía próxima à Praça Universitat.
Os simpatizantes do centro social Can Vies, uma alternativa social em Sants enraizada a mais de 17 anos, querem realizar com a manifestação de hoje uma mostra da força de apoio a sua atividade, e exigir a absolvição dos detidos, a demissão do prefeito, Xavier Trias, e do conselheiro do distrito, Jordi Martí, e recuperar a autogestão do centro. Em um “gesto conciliador”, o prefeito parou ontem a demolição do imóvel.
Tradução > Sol de Abril
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