Não somos iguais ou se quer parecidas, somos pessoas como você, elas, nós, que um dia, faz mais de dois anos e meio, decidimos unir-nos e lutar… cada uma tinha uma história, uma ideologia, um discurso, mais de uma luta consigo, mas pouco cansaço e uma paixão irrefreável por construir um mundo novo. Ainda queríamos olhar até as estrelas imaginando outros mundos possíveis, esses que só conseguiremos com as outras e com as diferentes.
Assim, começamos, enfrentando todo um mar de maus augúrios e poucas possibilidades: o paramilitarismo, o medo, o individualismo, a rotina, a repressão, o sectarismo, a sinalização, o cansaço e muitos outros males. Começamos este sonho levantando as bandeiras do Capitão Misson, Caraccioli e a de todas as escravas do mundo para construir um lugar real do tamanho de nossos sonhos, nisso nós apostamos a partir do Centro Social Libertatia, construir, entre todas, juntando-nos e reconhecendo-nos a partir de nossas diferenças na luta constante de nosso trabalho diário. Assim, num piscar de olhos, se passaram mais de dois anos e meio, mais de 800 dias de luta, desde que isto começou, nos encontramos com muitas companheiras que desde o início apostaram tudo, outras companheiras que sempre estão e outras que chegam a cada dia, fomos nos formando, fomos crescendo, agora somos muitas mais, mas também mais conscientes, mais lutadoras, mais comprometidas e mais radicais.
Começamos esta luta, a luta por mudar o mundo, sendo pessoas novas, apostamos na educação popular como luta libertadora deste sistema que nos impõe uma educação autoritária e mercantilizada. Apostamos na luta antipatriarcal, conscientes da necessidade do feminismo como eixo transversal para construir mulheres, homens e gêneros novos. Também, apostamos em uma tecnologia e em uma ciência diferentes, que nos permitam cobrir nossas necessidades reais sem destruir o planeta sob modelos arrasadores. Também queremos uma nova cultura, na qual o teatro, a música, a pintura e as artes não sejam uma questão de elite e prestígio, senão uma forma de nos expressar e sensibilizar, que não estejam alijadas de nossas vidas e de nossos territórios… Em geral, nesta luta temos apostado em tomar em nossas mãos, nossos próprios destinos, tomando de assalto a esperança, construindo novas vidas e novos mundos.
Neste caminho constante e sinuoso começamos e, sabemos que ainda falta muito, sabemos que começamos a andar e que no caminho deixamos e construímos o que nos serve como coletivo…
Mas, desta vez, depois de mais de dois anos, convidamos a dançar, a criar, a discutir e a compartilhar, a gozar estes três dias de celebração:
Sábado (28 de junho) dia 1: Práxis a partir da colina. Queremos conhecer e discutir nossas apostas. Teremos fóruns, exposições e mesas de discussão a respeito de várias problemáticas:
• Outro campo pode ser possível.
• Outra ciência pode ser possível.
• Outra educação pode ser possível.
• A diversidade do possível.
• Formas organizativas e projetos políticos possíveis.
Domingo (29 de junho) dia 2: Enche de cor este mundo, vamos construir um mundo de cor; se és artista, grafiteira, ou gosta de cor te convidamos a compartilhar tuas intervenções no espaço físico do Centro Social Libertatia, “El Esqueleto” e as ruas principais.
Segunda-feira (30 de junho) dia 3: A rasgar: mova o esqueleto! Vamos dançar, gozar, desfrutar porque nossas apostas também são com música, baile, movimentos e muita cor. Na segunda queremos que compartilhes tuas apostas artísticas; se cantas, danças, proclamas, venha e compartilhe tua arte: Teremos intervenções musicais de todos os gêneros: Salsa, Vallenato, Carranga, Andina, Punk, Metal (Trash e industrial), Ska y Rap.
Como sempre, a partir do Centro Social Libertatia, lhes enviamos um forte abraço, muita esperança e o convite a conhecer-nos e lutarmos juntas.
Mais info em centrosociallibertatia.blogspot.com
Tradução > Sol de Abril
agência de notícias anarquistas-ana
Cigarras cantam
Nos grandes arvoredos;
Depois perecem.
Ze de Bonifácio
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!