As okupas dos bairros ocidentais de Atenas, Paputsadiko, Sinialo e Thersitis, e o espaço auto-organizado Agrós, chamam uma manifestação e marcha para 28 de julho de 2014, em razão da morte recente de uma mulher tetraplégica que vivia conectada a aparelhos que a mantinham com vida, e morreu quando a Companhia de Eletricidade lhe cortou o fornecimento de energia pelo não pagamento de uma dívida de 800 euros. O seguinte texto foi baseado no texto do cartaz e do comunicado dos coletivos que chamam a marcha.
Na quarta-feira, 23 de julho de 2014, na cidade de Canea, Creta, a Companhia de Eletricidade, sem aviso prévio cortou o fornecimento de energia à Eftijía Popodaki, uma mulher tetraplégica de 56 anos, condenando-a a uma morte tortuosa por uma dívida de 800 euros. Uma vez mais sobraram as desculpas por parte do Estado, com o fim de que seja direcionado o descontentamento social a canais paliativos para o Sistema. O que aconteceu, contudo, constitui um assassinato direto desta mulher por um “serviço social de interesse geral”, por causa de uma dívida insignificante ao Estado, ao mesmo tempo que as dívidas dos grandes industriais e construtores, assim como de várias organizações governamentais, à Companhia de Eletricidade chegam as dezenas de milhões de euros. Nestes últimos casos “não acontece nada”, o Estado é benevolente com estes parasitas da sociedade.
Quer seja com assassinatos cruéis e exemplares como o de Eftijía Popodaki, com suicídios forçados a que são conduzidas milhares de pessoas, que deste modo evitam chegar à indigência absoluta, ou condenando à morte a pessoas enfermas sem acesso a medicamentos e a assistência médica, a lista das “vítimas da crise” vai aumentando. Nesta lista estão incluídas milhares de pessoas que morrem nos bairros de classe baixa, em uns bairros devastados pela pobreza e miséria. A história, no entanto, tem demonstrado que, independentemente dos pretextos e desculpas dos soberanos, o futuro que nos reserva o poder é a escravidão, a indignidade, a indigência e em última instância para muitos de nós, a morte.
Por mais que a demagogia dominante trate de convencer as classes sociais submissas que este mundo pode ser melhor, a realidade a desmente com insistência. Por um lado, as instituições “sensíveis”, que se supõe que defendam os direitos humanos, assim como a esquerda submissa ao Regime, tratam de limitar (canalizar) o descontentamento social a umas instituições correcionais, alegando (sustentando) que a situação atual não é culpa da democracia burguesa, mas sim de sua má aplicação.
Por outro lado, o Estado está assassinando diariamente a seus súditos em nome da “superação da crise”, assassina aos imigrantes nas fronteiras marítimas e nos campos de concentração modernos com o pretexto da defesa da “nação”, põe nas ruas a milhares de pessoas que morrem sem receber nenhum tipo de ajuda e sem direito a nenhum tipo de atenção ou assistência médica, enterra vivos nos cárceres de segurança máxima a todos e todas os e as que resistem, e semeiam o pesadelo do fascismo entre os pobres e os oprimidos. Dezenas de milhares de pessoas são exterminadas (aniquiladas) porque sobram dos balanços financeiros que têm como objetivo o resgate do Sistema, ao mesmo tempo que os parasitas das elites econômicas e políticas vivem na opulência. Os patrões, o Estado e suas forças repressivas nos remetem a mensagem diariamente: “Vossa morte é nossa vida”.
As coisas são mais claras que nunca. Este mundo não pode ser simplesmente melhor. Deve ser anulado, desde sua base. Ao individualismo respondemos com solidariedade. As hierarquias respondemos com auto-organização. A apatia (passividade) e ao fatalismo respondemos com resistência e luta.
Eles querem que nos acostumemos a morte. Nós queremos que nossa vida passe por cima deles.
Resistência, solidariedade, dignidade!
Marcha, segunda 28 de julho, às 19h, estação de metrô Santa Marina
Fonte: https://athens.indymedia.org/.
O texto em castelhano:
Tradução > Sol de Abril
agência de notícias anarquistas-ana
a chuva me cai
como uma luva
me OH!rvalha
Joca Reiners Terron
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!