Europa está aflita por um problema: a crise. A crise, com a tolerância ou inclusive o apoio político da União Europeia e do FMI, proletarizou uma grande parte da classe trabalhadora do Sul da Europa. O desemprego alcançou uns níveis alarmantes, especialmente entre os jovens, tanto na Suécia como no resto da União Europeia. Os cortes dos serviços públicos constituem um risco social para milhões de pessoas que se veem obrigadas a buscar refúgio na família nuclear, fato que por sua vez reproduz os papéis tradicionais de gênero. Ao mesmo tempo, os aumentos salariais foram reduzidos ou inclusive detidos por completo em muitos lugares. A crise, além de deixar espaço para o desenvolvimento de velhos movimentos fascistas, origina e nutre novas teorias racistas. O continente europeu está uma vez mais contaminado pela praga do fascismo que se dirige contra os imigrantes, os homossexuais, os muçulmanos, as pessoas com deficiência e todo aquele que interrompe e luta contra a normalidade racista de Europa.
A crise criou movimentos sociais ativos em diferentes âmbitos. Os imigrantes, os refugiados e os solidários lutam contra o endurecimento das leis migratórias, os controles fronteiriços e os campos de concentração. As mulheres lutam contra regimes conservadores e leis que tentam controlar seu corpo. Milhares de trabalhadores convocam greves e derrubam governos. Os estudantes estão se organizando para assumir o controle sobre sua educação e seu futuro. Nas ruas da Europa os antifascistas desafiam a presença e a ação política de grupos fascistas e racistas. Vários projetos de contrainformação introduzidos por ativistas questionam o monopólio na difusão da informação pelos meios massivos de comunicação.
Mas além das fronteiras de uma União Europeia fortificada acontecimentos como a Primavera Árabe, as revoltas populares na Ucrânia, Turquia e Bósnia, assim como os acontecimentos na área do Mediterrâneo indicam que o mundo entrou em uma nova era de conflitos e luta de classes. Milhares de pessoas se rebelam contra a burguesia oligárquica e as ditaduras teocráticas, contra a polícia e a violência burocrática; milhares de pessoas lutam para poder escolher seu próprio destino e eliminar o nacionalismo. Em tais circunstâncias, é fundamental conseguir uma coordenação de ações entre os movimentos sociais radicais ativos na periferia capitalista e aqueles grupos revolucionários que se mobilizam no centro do sistema capitalista.
Neste sentido que nosso grupo formado por ativistas da esquerda radical, anarquistas e ativistas autônomos organiza este encontro chamado “Unindo as Lutas Europeias”. Atualmente estamos elaborando o programa das conferências nas quais vão participar ativistas de toda Europa. Assim, convidamos a participar a todo aquele que esteja interessado em criar um vínculo entre as diferentes lutas sociais que se produzem tanto dentro como fora da Europa. O convite é dirigido não só a quem queira participar, senão também a quem queira participar nas conferências falando sobre um dos seguintes temas.
Nosso interesse principal gira em torno das lutas relacionadas com a imigração, o trabalho solidário, a crise, o feminismo, o racismo e o (anti)fascismo, a exploração da natureza, as lutas dos trabalhadores, os movimentos estudantis, os meios de contrainformação, o jornalismo independente, etc. No encontro haverá uma ampla gama de atividades como projeções de filmes, conferências, jornadas de coordenação, cozinha para os pobres, ações de solidariedade, etc. Podemos oferecer alojamento aos participantes/assistentes que venham de longe. Anote as datas em suas agendas!
Mais infos:
connectingeuropeanstruggles.wordpress.com
Tradução > Sol de Abril
agência de notícias anarquistas-ana
Salpicados de sons
Silêncio em suspenso:
Grilos e estrelas.
Marcos Masao Hoshino
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!