[A seguir, manifesto da “Marcha contra Aratirí e sua regaseificadora”, protesto realizado em Montevidéu em 31 de julho, no marco das atividades de “Junho-Julho, pela terra e contra o capital”.]
A mineração a céu aberto não só é um dos tipos de exploração da terra mais nocivos, senão que é a ponta de lança e símbolo de vários megaempreendimentos do plano IIRSA-Cosiplan [Integração da Infraestrutura Regional Sul-Americana], plantas de celulose, o porto de águas profundas ou a regaseificadora.
Em nossa luta contra a empresa e quem a sustenta não só nos jogamos a perder uma batalha contra uns capitalistas e o Estado, senão que nos jogamos a perda de um modo de viver.
Atacamos a Aratirí porque necessitamos resistir ao modelo ao qual pertence, atacamos sua regaseificadora porque necessitamos potencializar a vida, outro tipo de vida, de relações diferentes.
Atacamos a Aratirí porque sabemos que será a ação direta, a ação das pessoas sem mediações, a que terminará decidindo o destino da liberdade possível, atacamos sua regaseificadora porque queremos que nossa dignidade fale o idioma dos fatos.
Até agora nenhum poder nos presenteou nada, tudo o que os oprimidos alguma vez conseguiram tem sido através da luta e com a energia de suas próprias mãos.
Se nós não lutarmos, como poderemos olhar no espelho? Como poderemos olhar os nossos companheiros e amigos?
Se não o fazemos agora, então, quando seria? Em um futuro imaginário? Esperaremos uma nova catástrofe? Preferiremos dormir embalados por uma nova ilusão eleitoral, uma nova tecnologia ou outro salvador?
Não existe progresso, melhora ou liberdade em um sistema que coisifica e mercantiliza as pessoas, aos demais animais, aos solos, aos rios e ao ar.
Não existe progresso, melhora ou liberdade nos tanques que matam gente, nas estradas que nos levam mais rápido ao trabalho ou nos corredores interoceânicos para trasladar mercadoria.
Nossa responsabilidade hoje, como o tem sido sempre, é a de dar um passo adiante e auto-organizar-nos para lutar.
Nossa responsabilidade é tomar a rédea de nossas vidas e recuperá-las.
A empresa não deve se instalar, seus responsáveis não devem dormir em paz enquanto o território é devastado.
Guerra, devastação e domínio são seus modos, mostremos-lhe os nossos!
Regional Sul da A.N.P.
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Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!