“Os Rebeldes – Geração Beat e anarquismo místico” é um guia de leitura para quem quiser saber mais sobre autores beat e seus antecessores. Trata de temas fascinantes, como as rebeliões religiosas e manifestações de anarquismo místico ao longo da história, e suas sincronias com a contracultura e rebeliões contemporâneas. O ponto de partida, a frase de Jack Kerouac em Visões de Cody. “Tudo me pertence, porque eu sou pobre”. É comparada a observações do historiador Norman Cohn sobre os anarquismos místicos medievais como o Espírito Livre: “a pobreza, propriamente observada, abolia todo pecado; daí seguia-se que os pobres podiam, por exemplo, fornicar sem pecado.” E mais: “uma expressão dessa atitude era ainda um erotismo promíscuo e misticamente colorido […] pois para os ‘sutis em espírito’ a relação sexual não pode, em quaisquer circunstâncias, ser pecaminosa.”
Além desses paralelos de capítulos da história ainda pouco estudados com o pluralismo beat, o ensaio é sobre valor literário e substância filosófica em Allen Ginsberg, Michael McClure, Gregory Corso, Gary Snyder; em William Burroughs; e especialmente em Kerouac, autor ainda controvertido, apesar do crescimento da bibliografia sobre ele. É também sobre política; sobre a crítica beat, mostrando como Ginsberg e seus amigos anteciparam, lucidamente, temas de um debate contemporâneo. Daí o crescimento dos leitores e das edições, ensaios e adaptações, atestando sua importância.
“Os Rebeldes – Geração Beat e anarquismo místico”, de Claudio Willer, 296 págs, LP&M, R$ 34,90.
agência de notícias anarquistas-ana
Vagalumes que dormem
nesta flor,
Suas luzes estão acesas!
Jack Kerouac
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!