[Documentário que acaba de ser lançado, que fala sobre Ngen Mapu Kintuante, no Rio Pilmaiken, no Puel Willi Mapu, um lugar sagrado do povo nação Mapuche, e os processos de resistência ante a invasão das hidroelétricas.]
A p r e s e n t a ç ã o:
Uma viagem ao interior do mundo espiritual Mapuche e de alguns de seus lugares sagrados, onde cerimônias ancestrais são praticadas. Dessa forma, eles podem manter a sua força como povo, se alimentar com a sabedoria de seus ancestrais e estar em harmonia com o ecossistema, sendo esta a base da sua visão de mundo milenar, o respeito aos antigos ritos e das forças e seres que vivem ali. Assim, o ciclo da vida Mapuche continua seu curso.
Hoje seus espaços cerimoniais estão ameaçados por mega projetos capitalistas de destruição ambiental, que colocam em perigo os seus rios, florestas, montanhas, cemitérios e em definitivo a biodiversidade dos seus territórios historicamente sagrados, onde eles exercem sua espiritualidade.
Um deles é o emblemático Ngen Mapu Kintuante, no Rio Pilmaiken, no Puel Willi Mapu, ou chamado pelo colonialismo como Región de los Rios, pela abundância de água e correnteza. Complexo cerimonial de tempos imemoriais que é afetado pela construção de uma usina hidrelétrica, e por mais de trinta projetos na região, comprometendo gravemente as comunidades de Puel Willi Mapu.
Em Santiago, em um contexto urbano completamente diferente, está o espaço cerimonial Mapuche de Lo Prado, também gravemente afetado por uma central de energia. Danificando a integridade das comunidades que se encontram nesse Nguillatuwe.
Desta maneira, o documentário dá um panorama do atual plano de negócios que tem o Estado chileno, ou seja, a instalação de projetos energéticos em espaços cerimoniais Mapuche para abastecer a indústria de mineração, o setor econômico mais influente neste invadido país e o de maior demanda de energia, de modo que a cumplicidade entre a classe política com o setor de mineração é notório, violando os tratados internacionais, como o 169 da OIT em muitos casos. A produção industrial de energia como um grande negócio que traz consequências destrutivas e prejudiciais para as comunidades e natureza que convivem ali.
Essa invasão de mega projetos não só afeta o povo nação Mapuche em seu conjunto, mas também a todos os seres vivos, as fontes de vida, como a água e a biosfera, também elementos essenciais para a cultura espiritual, energias, espíritos guardiões e seres visíveis e invisíveis, que nestes espaços transitam, se relacionam e protegem uns aos outros. De um modo que o ocidente e os capitalistas ainda não são capazes de compreender nem respeitar.
Desta maneira, a luta em defesa desses lugares sagrados continua cada vez em maior escalada, devido a esta silenciosa invasão. Resistência ancestral, social e cultural que agita o povo nação Mapuche, para que o ciclo da vida não morra.
Veja o trailer do documentário aqui:
http://www.youtube.com/watch?v=18um2I177fM
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Meus amigos também.
Carolina Barbosa Lopes Raposo – 7 anos
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