“Não estou de acordo com o que dizes, mas defenderei com minha vida teu direito de dizê-lo.”
Voltaire
À sociedade equatoriana e ao mundo:
Durante os últimos anos, o Equador tem vivido em uma condição de esquizofrenia permanente. Enquanto no discurso, tentam convencer-nos de haver superado a longa noite neoliberal; grandes mudanças sociais e ambientais; diminuição do desemprego e da pobreza. Na prática, temos visto a implementação de uma das indústrias mais contaminantes, a mega mineração; a ampliação da fronteira petroleira; a construção de uma nova refinaria petrolífera – como se não fossem suficientes as consequências deixadas em Esmeraldas pela existente -; a assinatura de um Tratado de Livre Comércio – sem importar o nome que se lhe queira dar -; o domínio econômico cada vez mais claro da China, a nação que se mostra como a nova potência imperialista; a exploração do Yasuní; mas sobretudo uma intolerância à diferença de opinião e pensamento nunca antes vista.
Se algo não pode perder um país que conta com uma das sociedades mais mobilizadas da América e do mundo, é sua capacidade de dizer sem medo o que pensa. Esta é uma razão fundamental pela qual YASunidos nos unimos a convocatória realizada para a marcha do 17 de setembro, pela Frente Unitária de Trabalhadores e demais organizações.
Com imensa tristeza, temos visto como se encerrou repressivamente uma jornada onde se mostrou que a sociedade equatoriana continua inquebrantável em seu sentido de liberdade. Não nos surpreende, o vivemos nós mesmos na própria carne, quando faz um ano, em razão da liquidação da Iniciativa Yasuní-ITT, nós tomamos as ruas de Quito para expressar nosso descontentamento. E nesse momento montaram uma imensa campanha de desprestígio e perseguição contra nós, para deslegitimar uma exigência que segue e seguirá vigente: defender a Vida e o Yasuní.
Essa é a prática do “poder”. O conhecemos bem e por este motivo:
• Nos solidarizamos com a mobilização popular de ontem (17 de setembro), suas demandas foram e seguiram sendo justas.
• Censuramos o chamado do Governo a uma contramarcha, a tomada das ruas e demais espaços públicos por onde se havia anunciado que se circularia e outras ações que buscaram criar um ambiente de tensões que finalmente desembocou em enfrentamentos.
• Condenamos o comportamento da instituição policial e seus membros e o papel que desempenharam, sobretudo, a provocação e amedrontamento contra os manifestantes na Plaza de San Francisco e demais cidades do país, onde se apresentaram marchas.
• Demandamos a imediata libertação das pessoas detidas e a garantia de seus direitos humanos e constitucionais. Declaramos conhecer ao companheiro Luis Corral, que com seu esforço e trabalho durante vários anos colaborou de maneira decisiva na promoção da proposta de deixar o petróleo no subsolo e a Iniciativa Yasuní-ITT.
Temos dito antes e agora mais que nunca o ratificamos, cremos na paz e na não violência, nos manteremos firmes na luta e na resistência por um país melhor, o país onde os seres humanos e a natureza se relacionem de maneira respeitosa, o país que deixaremos a nossos filhos e a nossas filhas.
Yasunidos, quinta-feira, 18 de setembro de 2014.
Tradução > Sol de Abril
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agência de notícias anarquistas-ana
Bem-te-vis cantando
na festa de luz e cores!…
Falta-me luz na alma…
Jorge Fonseca Jr.
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!