[Ultimamente em um bairro da cidade de Tessalônica vários fascistas, racistas, pequeno burgueses e outras escórias montaram um “Comitê de Moradores” para se opor à construção de um albergue para refugiados no bairro. Publicamos a seguir um texto da “Intervenção Autônoma na Faculdade de Engenharia Mecânica Elétrica”, chamando a uma marcha contra os “Comitês de Moradores” racistas.]
Cada dia experimentamos a reestruturação violenta de um Estado de emergência que está tratando de impor-se em todos os campos sociais. Funda cárceres de segurança máxima de novo tipo, amontoa os imigrantes em campos de concentração, aumenta o horário da jornada laboral (trabalho aos domingos) e põe na rua o potencial obreiro que é excedente, intensifica e exclui de qualquer tipo de prestações (alimentação, alojamento, subsídios) aos estudantes e os desempregados. O mesmo Estado, tentando guardar as aparências e aliviar as tensões, de vez em quando põe a máscara da caridade aplicando uma política de assimilação. Em estreita colaboração, portanto, com organizações não governamentais (ONGs) e corporações privadas, cria estruturas de proteção social (instituições humanitárias de proteção de imigrantes, comidas para eles, etc.) com subvenções estatais ou europeias. Partidário desta política é o empresário Butaris, conhecido pelo aproveitamento comercial da história e a diversidade cultural de Tessalônica, o qual recentemente delegou à organização não governamental Arsis a criação de um albergue para refugiados. Neste está previsto em um primeiro momento o alojamento de sete famílias monoparentais de imigrantes que solicitaram asilo político.
O albergue se situará no atual armazém dos equipamentos elétricos do Município, no bairro de Tumba. Este fato foi suficiente para o surgimento dos reflexos racistas de uma parte dos habitantes do bairro, os quais criaram o “Comitê de Moradores de Tumba” contra a materialização do projeto. Trata-se de uns atrasados que não querem seus filhos jogando no mesmo campo com os filhos dos imigrantes, uns pequenos burgueses, as caras “abatidas” dos imigrantes não combinam com suas camisas bem passadas, donos de negócios e de imóveis, que temem a diminuição de seus benefícios e do valor de sua propriedade imobiliária, respectivamente. Em outras palavras, são uns fascistas.
Este tipo de concepção nós consideramos hostis e como tais lutamos contra elas. Nós estamos enfrentando a toda ameaça fascista (encoberta ou não). Percebemos aos imigrantes como a nós, como um segmento dos oprimidos, cujos interesses não tem que ver com a propriedade e o aproveitamento do Capital. Recusamos as lógicas que querem que os imigrantes sejam reféns em mãos do Estado, dos grupos fascistas ou dos “moradores indignados”. Tendo como única arma a solidariedade e nossas relações de companheirismo, criamos de uma maneira ativa e organizada comunidades de luta contra o Estado e o Capital.
Para não viver outros momentos de fascismo.
Marcha contra os “Comitês de Moradores” racistas, sexta-feira, 10 de outubro, às 18h, na praça de Aguios Therápontas, Tessalônica.
Intervenção Autônoma na Faculdade de Engenharia Mecânica Elétrica
O texto em grego: aphm.espivblogs.net.
agência de notícias anarquistas-ana
Numa cachoeira
folia das gotas do rio.
São águas no cio.
Marcelo Santos Silvério
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!