[A seguir, uma matéria publicada em 9 de outubro no portal do canal inglês “Channel 4” sobre o apoio dos anarquistas turcos a causa curda. O grupo anarquista entrevistado se chama DAF (Devrimci Anarşist Faaliyet).]
“A tarefa mais importante era ajudar os civis de Kobani para passar através da fronteira. Depois disso, ajudamos os imigrantes no transporte, na instalação de tendas e na organização da distribuição dos materiais enviados em solidariedade”, explicou um membro do grupo.
“Eramos parte da resistência que se iniciou no parque Taksim Gezi. Eramos parte da resistência contra a violência policial, contra o terrorismo de Estado e na prática posterior da democracia direta.”
“Depois de que a praça Taksim foi ocupada, participamos ativamente na resistência ao longo das barricadas e atrás das barricadas. No entanto temos que deixar isto claro: não saímos às ruas unicamente quando houve grande agitação na sociedade.”
Conversão na prisão
Os vínculos entre os grupos curdos e anarquistas nasceram a partir da conversão, na prisão, do líder do proscrito PKK (Partido dos Trabalhadores do Kurdistão), Abdullah Ocalan, após ler os escritos de Murray Bookchin, um acadêmico anarquista de Nova York.
Em Kobani o PYD (Partido da União Democrática) e seu braço armado, o YPG, são seguidores de Ocalan, e trataram de por em prática uma forma autônoma de democracia direta curda. Os radicais turcos esperam aprender com esta experiência.
“YPG está organizando a luta como força de autodefesa ao mais alto nível contra o Isis. Assim que estamos tratando de apoiar o quanto possível”, explicou o anarquista.
Convocatórias de protestos
A fronteira próxima a Kobani está presenciando cenas de violência quando as forças turcas tentam controlar o fluxo de refugiados, tanto até a Turquia como de volta a Síria.
Nos últimos dias a DAF organizou convocatórias de protesto contra a postura do governo turco na Síria.
Esta semana, quando o mal estar pela falta de ação contra o grupo EI (Estado Islâmico) por parte do governo turco se estendeu a seis cidades turcas, a polícia utilizou gases lacrimogênios e canhões de água.
Um manifestante de 25 anos de idade foi morto na província oriental de Mus e houveram outras mortes em Diyarbakir, a maior cidade curda da Turquia.
Processo de paz ameaçado
Os ativistas temem que o governo não esteja encaminhando e levando a sério o processo de paz em curso com o PKK, na atualidade em uma fase bastante delicada. A queda de Kobani poderia prejudicar gravemente a esperança de paz entre a Turquia e os grupos curdos.
“O Estado turco está observando com prazer o bombardeio por parte do Isis a YPG e seu avanço. Quando as pessoas de Rojava se sentem inseguras e cruzam a fronteira, o estado interpreta como uma diminuição da confiança no YPG”, afirmou o porta voz do grupo.
“Cada posição que o movimento da população curda perde contra o Isis é interpretado pelo estado como uma perda de capacidade na mesa de negociação.”
“Nossa relação com as pessoas curdas e a sociedade e a organização do povo curdo, tem sido a solidariedade mútua.”
No Reino Unido nos últimos dias a comunidade curda realizou manifestações diárias e tentou bloquear estações de metrô e aeroportos com a intenção de chamar a atenção para sua causa.
Em várias cidades alemãs, protestos semelhantes terminaram em enfrentamentos violentos com muçulmanos radicais que utilizaram facas em um ataque contra uma manifestação curda em Hamburgo.
Fonte:
http://www.channel4.com/news/turkey-kurdish-islamic-state-kobani-taksim-anarchists-kurds
Tradução > Sol de Abril
Notícia relacionada:
agência de notícias anarquistas-ana
Canta o bem-te-vi
no galho da goiabeira:
mesma saudação!
Ronaldo Bomfim
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!