Aos meios de comunicação livres:
De forma coletiva e coordenada decidimos encerrar na sexta-feira (17 de outubro) a greve de fome. Acreditamos que o caráter reivindicativo de negação e profundo desprezo as prisões e o sistema podre que o rege desde suas raízes, está cumprido, e seguiremos negando desde a cotidianidade de nossas vidas, seja dentro ou fora da prisão.
Essa ação foi uma forma de romper com o isolamento e a dispersão, para sustentar e criar um lugar de luta e de demonstrar que, mesmo estando atrás das grades, eles não são capazes de intimidar nossos espíritos rebeldes.
Como anarquistas, parte da ruptura que escolhemos realizar consiste em negar o Estado e qualquer forma de controle de autoridade e regulação que pretende exercer controle sobre nossos corpos e vidas. Somos nós, de maneira individual e consciente, que devemos decidir sobre nós mesmos, ninguém mais. Por isso, temos retomado o controle de nossos corpos, a greve de fome foi um exemplo claro disso.
Podemos resumir o nosso ato como uma pequena contribuição para a guerra irredutível contra a dominação do poder estabelecido, pela dignidade de homens e mulheres que podem olhar diretamente ao inimigo sem baixar a cabeça. Um ato de rebeldia e desobediência, e não um ato de vitimização; um ato que une os nossos corações e que nos faz sentir parte ativa de uma luta consequente que não vai parar.
Não descartamos a possibilidade de voltar a empregar esta ou qualquer outra ferramenta que consideramos útil para levar a cabo nossas lutas.
Agradecemos profundamente o apoio e a solidariedade de todas as pessoas que estiveram atentas durante o nosso protesto, lembrando que nem as prisões deterão nossa rebelião.
Porque não basta falar sobre anarquia, devemos ser uma expressão de dita anarquia.
Até que todas e todos sejamos livres!
Mario González García
Carlos López Marín “Chivo”
Fernando Bárcenas
Abraham Cortés
Notícia relacionada:
agência de notícias anarquistas-ana
Escorre pela folha
a tarde imensa,
pousada em gota d’água.
Yeda Prates Bernis
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!