Mais de 30.000 pessoas participaram na manifestação do 17 de novembro de 2014 em Atenas, no 41º aniversário da revolta da Escola Politécnica em 1973 contra a Ditadura da época. Antes do início da manifestação cerca de 7.000 policiais uniformizados e à paisana haviam sido espalhados no centro da cidade, lembrando-nos que “a Ditadura não acabou em 1973”, segundo um dos lemas gritados na marcha até a embaixada dos Estados Unidos.
Antes da manifestação, as forças repressivas do Regime haviam criado um ambiente de terrorismo, com dezenas de retenções preventivas de pessoas que se dirigiam aos pontos de concentração da manifestação, e com milhares de policiais alinhados em torno dos edifícios das faculdades do centro de Atenas, fechadas desde sexta-feira passada pela Democracia, especificamente, por ordem do reitor da Universidade de Atenas.
Durante a manifestação a Polícia confirmou com sua atitude o que tantas pessoas já comentavam no fim da semana passada: Que ela provocaria os manifestantes, e faria todo o possível para dissolver a marcha. E fizeram de uma forma descarada. Desde o início da marcha a presença da Polícia praticamente envolvendo todo o bloco anarquista esteve sufocante, e a atitude dos policiais foi descaradamente provocativa. Cerca de três horas após o início da marcha, e quando ela estava acontecendo de forma pacífica, de repente e sem o menor pretexto a Polícia fez um ataque contra o bloco anarquista. Durante esta arremetida policial brutal e totalmente injustificada, os policiais começaram a pegar os anarquistas e todos os manifestantes que naquele momento estavam em seu alcance.
No vídeo a seguir¹ vemos duas arremetidas da Polícia durante a marcha contra o bloco anarquista e outros manifestantes.
No entanto, o objetivo das forças repressivas não tinha sido alcançado. A Polícia conseguiu dissolver a manifestação, porém, a reação dos manifestantes não foi a que esperava a Polícia. A maioria dos manifestantes atacados se reagrupou e continuou marchando em direção à embaixada dos Estados Unidos, apesar das provocações constantes dos policiais. Na sequência, a repressão ocorreu no bairro de Exarchia, para onde vieram muitos anarquistas e esquerdistas após a arremetida policial contra o bloco anarquista, e uma vez finalizada a marcha.
Neste bairro a Polícia se dedicou a uma verdadeira orgia repressiva. Policiais motorizados ou membros das chamadas forças antidistúrbios começaram a perseguir, insultar, deter e agredir qualquer pessoa que estava na rua, arrasando tudo que encontravam em seu caminho. Eles destruíram uma parte de um quiosque, bateram nos donos, invadiram uma casa para perseguir os manifestantes que se refugiaram no interior da mesma para fugir da ira repressiva, quebrando janelas de comércios e residências, dispararam grande quantidade de granadas de efeito moral e gás lacrimogêneo em uma área urbana densamente povoada, insultaram os vizinhos, e começaram muitas e diferentes provocações nas quais já estamos acostumados.
Um exemplo do mencionado anteriormente é a atitude dos policiais no vídeo abaixo². Eles batem em uma pessoa que está caída no chão. Um deles diz aos demais que vai deixar a pessoa lesionada por eles caída no meio da rua.
Ao mesmo tempo em que muitos manifestantes estavam chegando em Exarchia, uma pessoa denunciou na internet que em uma rua do bairro vários “encapuzados” desceram de uma van da Polícia (cujo número da placa não foi tornada pública na denúncia), se dirigindo para Exarchia. Como mencionado acima, o objetivo da Polícia e de seus chefes políticos era claro. Era tão claro que a grande maioria dos manifestantes e das pessoas em geral não mordeu a isca.
Não aconteceram confrontos organizados e expandidos com a Polícia em Exarchia, após a chegada do bloco anarquista neste bairro. Uns grupos de manifestantes jogaram coquetéis molotov e pedras nos policiais, mas a atitude de provocação dos últimos foi premeditada e deliberada, e certamente independente destes confrontos limitados. Observamos que durante a invasão da Polícia em Exarchia, muitos dos moradores locais jogaram das suas varandas vários objetos nos policiais, causando perplexidade e, em alguns casos, fazendo-os correr de seus postos.
Até o momento que estamos escrevendo estas linhas, em Atenas, se fizeram 64 retenções preventivas e 10 prisões.
Em Tessalônica, a marcha foi muito grande. A presença da Polícia foi igualmente sufocante como em Atenas, o que levou os manifestantes a parar a marcha durante um tempo, protestando e gritando lemas contra a Polícia. Aconteceram limitados confrontos entre manifestantes e policiais. Em Patras, um grupo de manifestantes atacou o chamado “Palácio de Justiça” da cidade, com pedras e coquetéis molotov. Além disso, nesta cidade também foram limitados os confrontos³.
[1] https://www.youtube.com/watch?v=yAjzVrl1Tws#t=247
[2] http://www.youtube.com/watch?v=ci4e2RGt3c4
[3] http://www.youtube.com/watch?v=ttNt1ve5nbM
O texto em castelhano:
Notícia relacionada:
agência de notícias anarquistas-ana
Um grande silêncio —
Nuvens escuras se acumulam
Sobre a terra seca.
Paulo Franchetti
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!
Um puta exemplo! E que se foda o Estado espanhol e do mundo todo!
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Eu queria levar minha banquinha de materiais, esse semestre tudo que tenho é com a temática Edson Passeti - tenho…
Edmir, amente de Lula, acredita que por criticar o molusco automaticamente se apoia bolsonaro. Triste limitação...