A repressão que cai sobre aqueles que se opõem aos projetos mafiosos dos políticos é cada vez mais violenta. O partido socialista que chegou ao poder não mudou nada. A polícia, os gendarmes e o exército ferem e mutilam tanto como sempre, talvez inclusive mais, navegando na onda do fascismo que cresce com o pretexto de uma crise econômica mundial, e graças a suas armas, chegando a ser sempre mais eficiente com a ênfase na tecnologia militar.
Ainda mais preocupante que o constante aumento de pressupostos de guerra é a falta de vontade de policiais, gendarmes, soldados e seus chefes políticos para assumir a responsabilidade de sua violência. A onipresença e o uso sem restrições de balas de borracha, pistolas de bolas, e granadas explosivas são alguns exemplos concretos. O discurso também se simplifica, passando por cima, e a violência se converte, ao que parece, em algo mundano. Quando perguntamos à polícia a nossa frente, se estão orgulhosos de terem assassinado, sorriem ou nos ameaçam. Uma das autoridades policiais em Tarn [sul da França] recentemente afirmou que quem se opõe às “forças da ordem” deve esperar violência e lesões eventuais.
E, faz uns dias, a polícia matou. Uma vez mais.
Nós, estávamos reunidos em Testet para lutar contra este projeto [construção de uma barragem] de morte da empresa Sivens, perdemos um amigo. Na madrugada do domingo, 26 de outubro, a poucos metros dos soldados do Estado, armados e protegidos por suas armas e escudos, Rémi Fraisse foi assassinado pelo braço armado do Estado.
Pela trajetória do disparo das granadas aturdidoras, muito provavelmente dirigido a sua cabeça, o explosivo golpeou entre a base do pescoço e o ombro. Isto apesar de que inclusive as leis internas dos braços armados do Estado proíbem disparos, conforme a zonas [do corpo] a uma certa distância e também apontar à cabeça ou, com algumas armas, com nenhum alvo humano em absoluto. Isto não foi um acidente. É inclusive surpreendente que não haja sucedido antes uma tragédia. Quando estão atacando, polícia, gendarmes e soldados rompem suas próprias leis todos os dias (como nos desalojos).
Perdemos a conta dos joelhos, as mãos, estômagos e cabeças que foram alvo. Sua violência extraordinária e ilegal deixa sua marca em todos nós, seja física ou emocional. Desta vez levou alguém com ela: Rémi Fraisse.
Mas inclusive se o assassinato de Rémi é manchete do noticiário da noite e envergonham o governo, não cremos que seja uma exceção.
Ao final de agosto, um imigrante “ilegal” morreu em um carro com a BAC (uma força de polícia encoberta, notoriamente violenta) enquanto era levado ao aeroporto. Faz quase dez anos que os adolescentes Zyed Benna e Bouna Traoré morreram escondendo-se em um transformador elétrico depois de serem perseguidos ali pela polícia. Nem sequer estamos mencionando as mortes na guerra por interesses econômicos, em Mali ou em outros lugares…
Deixamos de contar as denúncias apresentadas pelas pessoas próximas aos assassinados por um braço armado do Estado. Nenhuma destas tentativas resultaram em sentenças de prisão.
Queremos justiça rápida e implacável contra os assassinos dos poderes armados estatais.
Exigimos que, a partir de agora, haja uma anistia legal para todos os detidos por sua oposição às prisões de Sivens, aos que consideramos na prática presos políticos.
Também exigimos o desarmamento total das múltiplas facções armadas estatais, para pôr fim aos assassinatos, os “erros” e a violência da polícia, gendarmes e militares.
Deste modo nos unimos ao chamado da ZAD de Notre Dame des Landes para demonstrar que estamos contra a repressão policial em todas as partes, no sábado, 22 de novembro de 2014.
Fazemos um chamado a todas as pessoas e todos os grupos que se sentem preocupados pelo perigo representado pelas forças policiais do estado para fazer ações e protestar onde quer que estejam.
Vamos fazer do 22 de novembro uma jornada nacional e internacional contra a violência das facções armadas estatais, mas não esquecemos que todos os dias, antes e depois do 22, é um bom dia para fazer uma insurreição contra a existência de uma instituição que mutila e assassina para um Estado “baseado na lei” e sua rentabilidade, mafiosa, e devastadores projetos.
Indignemo-nos!
tantquilyauradesbouilles.wordpress.com
Tradução > Sol de Abril
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agência de notícias anarquistas-ana
Porque não sabemos o nome
Tenho de exclamar apenas:
“Quantas flores amarelas!”
Paulo Franchetti
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!