Em 3 de novembro os compas George Kalaitzidis, Thanassis Liakopoulos e Thanasis Petratos, membros do Centro Social Ocupado K*Vox são chamados a defender-se ante um juiz de instrução pelas acusações de posse de armas e sequestro de uma pessoa, como resultado de uma perseguição coordenada que começou no passado mês de abril. De fato, em 28 de abril os companheiros foram chamados a defender-se na Direção Geral da Polícia, no marco da investigação da Promotoria sobre a intervenção de anarquistas contra as máfias, realizada em 22 de março de 2014 na praça de Exarchia.
A intervenção do promotor e a perseguição que a sucedeu estão baseadas unicamente em uma chamada telefônica anônima (de um número que não foi registrado, já que a Direção Geral da Polícia, como acabamos de nos inteirar, não dispõe do serviço de identificador de chamadas) na qual se fez a seguinte denúncia: “Por quê fazeis vista grossa e não se ocupam em absoluto do sequestro que aconteceu no sábado em Exarchia? Pois vós sabeis também que está envolvido o grupo de Yiorgos Kalaitzidis, no qual participam também Thanasis Liakopoulos e Thanasis Petratos, que mantêm conflitos com os grupos da máfia no bairro”. É evidente que se trata de uma chamada da Polícia, uma armação feita para pôr no ponto de mira os compas. Notamos que os donos de negócios do bairro, de acordo com o arquivo da promotoria concernente ao caso, ignoram o incidente.
A fábrica das chamadas anônimas com o propósito de pôr no ponto de mira a lutadores conhecemos de sobra faz muito tempo. É uma das práticas da Agência de Inteligência que foram utilizadas reiteradas vezes para justificar as investigações nos lares de muitos anarquistas e companheiros de K*Vox. Mas o que não sabíamos é que os mecanismos da Justiça chegaram a aceitar uma chamada anônima como prova suficiente para processar. Esta prática recorda as perseguições após a época da Guerra Civil, que se realizavam na base da ideologia do perseguido, quando a testemunha de um policial secreto era suficiente para processar a um lutador.
Ao mesmo tempo, o Estado toma posição em relação com a resistência expressada pelos habitantes, lutadores e coletivos em Exarchia, através da Assembleia Popular de Exarchia, na qual participa K*Vox, contra as máfias e o tráfico de drogas que são uma praga para o bairro. A perseguição de nossos camaradas pela Justiça e a colocação de nosso projeto no ponto de mira com publicações dos conhecidos papagaios dos meios de desinformação, tiveram como resultado o ataque à ocupação com ao menos 7 tiros na manhã de 3 de junho, por uns capangas. O Estado tomou uma posição a favor das máfias que traficam drogas no bairro, mas agora não só os tolera e protege, senão que também lhes sugerem quem são os que as ameaçam.
O Estado, no marco de sua tentativa de piorar o bairro de Exarchia e de eliminar a cultura de resistência promovida pela gente lutadora e os coletivos que tem atividade no bairro, faz vista grossa ante qualquer movimento dos mafiosos em todos os níveis, e por outro lado acusa aos três compas nossos, perseguindo-os por uma ação anarquista mais radical contra as máfias. Enquanto que o único dado verdadeiro contra eles é sua participação em projetos auto-organizados através dos quais propõe a autogestão e a autoproteção do bairro. Deste modo é criminalizada indiretamente toda a ação das assembleias e suas atividades no bairro de Exarchia.
O objetivo do Estado e seus mecanismos é específico: o de aterrorizar aos que resistem. Sabemos que todos os aspectos da ação política do K*Vox nos põe no ponto de mira, já que indicam um caminho diferente, uma possibilidade diferente de organização social, como parte da luta por derrubar o sistema.
Concentração de solidariedade na quarta-feira, 26 de novembro, às 11 horas nos tribunais da rua Evelpidon, edifício 9.
Tirem as mãos de nossos compas!
K*Vox
Tradução > Sol de Abril
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