[Cerca de 5.000 pessoas marcharam em Lyon neste sábado (29) contra o congresso que o partido de extrema-direita francês Frente Nacional promoveu na cidade. A informação que apresentamos, provavelmente está incompleta ou inexata em alguns aspectos, mas é a que realizamos com base em nossas observações.]
Conex, um grupo de organizações antifascistas e os sindicatos haviam convocado uma série de manifestações para este sábado, ante a celebração do Congresso da Frente Nacional. Houve outras duas chamadas: Uma proveniente das organizações libertárias e outra pedindo “uma demostração ofensiva”.
Por volta das 14 horas, horário da saída, centenas de pessoas já se encontravam na praça Jean Mace. Os carros da polícia patrulhavam a praça, revistando sistematicamente todos os bolsos e mochilas de qualquer pessoa que tivesse menos de trinta anos, às vezes esta revista se repetia várias vezes. Ao mesmo tempo, vários carros e ônibus foram bloqueados pela polícia a uns quilômetros de Lyon, também fazendo uma busca e revista sistemática e a solicitação de documentos de identidade.
É em meio a este clima um tanto tenso que por volta das 15h20 teve início o protesto, que contou com cerca de 5.000 pessoas. Começaram a marchar várias organizações encabeçadas pelo Conex atrás de uma faixa unitária e um caminhão-plataforma sobre o qual o grupo Jagas começou a tocar.
Logo viriam as organizações da NPA, de Solidários e Bloco Libertário, e finalmente umas mil pessoas independentes atrás de uma faixa que dizia “Ofensiva contra o racismo de Estado, a FN e a violência policial”.
Desde os primeiros minutos, os policiais uniformizados tentaram deter dentro da manifestação de protesto a uma pessoa que finalmente foi posta em liberdade graças a pressão dos e das manifestantes. Enquanto que a mani continuava avançando com calma, uma grande presença policial se estabeleceu cercando a quem marchava nos lados, para finalmente avançar sobre a parte de trás da multitudinária concentração, lançando gás lacrimogêneo: os manifestantes desse último bloco voltaram a se reagrupar, enquanto que algumas fachadas de bancos ou caixas eletrônicos e mobiliários urbano foram danificados.
A situação se tornou rapidamente confusa, o ar estava saturado pelo gás e a mani começou a desagregar-se: até as 16 horas, a manifestação foi dividida em duas ao chegar a ponte de Guillotière. Os carros dos gendarmes surgiram de cada lado da manifestação, impedindo as pessoas bloqueadas a unir-se a nós.
Do outro lado da ponte, a frente da marcha seguiu avançando e foi atacada com os disparos de granadas de gás lacrimogêneo, que feriram a várias pessoas. Por outro lado, na rua de la Barre, um caminhão de água policial e dezenas de efetivos se colocaram em frente a ponte e se moveram rapidamente para realizar prisões (a web Rebellyon fala de 17 detidos).
O que ficou então da mani que se cindiu em duas perto da ponte Lafayette, logo foi bloqueada na entrada da universidade. A primeira chamada a dispersar-se foi realizada então sem que soubéssemos se realmente se tratava de um indivíduo ou dos organizadores.
Pouco antes de 16h30, cruzamos a ponte, enquanto os manifestantes seguiam bloqueados na ponte de Lafayette pela polícia. Sem pretender realizar um verdadeiro balanço, podemos dizer finalmente que a polícia atuou nesta ocasião como parece que será a norma de agora em diante: pressionando ao máximo e esperando encontrar o menor pretexto para reprimir a todo custo.
La Horde
Fonte e mais fotos:
http://lahorde.samizdat.net/2014/11/30/lyon-compte-rendu-de-la-manif-antifasciste/
Tradução > Sol de Abril
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