México D.F., 26 de novembro de 2014.
À população do México e do mundo:
Às pessoas que lutam:
Aos integrantes da sexta nacional e internacional:
Aos meios livres em geral:
No dia 22 de novembro de 2014, alguns meios de desinformação como o periódico Milenio, Vértigo Político, El País, Telediario, entre outros publicaram uma nota na qual divulgaram os nomes, sobrenomes e organizações de 11 jovens anarquistas aos quais assinalaram como os responsáveis de diversas manifestações que vem ocorrendo desde 26 de setembro para exigir a apresentação com vida dos 43 normalistas de Ayotzinapa. Nós abaixo assinados reconhecemos esta ameaçadora divulgação como uma ferramenta de intimidação por parte do Estado (através dos meios massivos de desinformação), que trata de pôr nome e sobrenome ao movimento para encontrar indivíduos específicos que possam reprimir, além de dividir a luta, criminalizando as pessoas mencionadas.
Nós salientamos que esse protesto digno está acontecendo em toda a República mexicana (e no mundo) por parte de todo tipo de gente indignada pela desaparição dos 43 normalistas de Ayotzinapa e, em geral, pela situação cada vez mais violenta e injusta do país. Esta luta é tanto de anarquistas como de gente que não se enquadra em nenhum tipo de filosofia política. Igualmente, advertimos esta ameaça/desprestígio como parte de uma criminalização que se tem feito desde anos atrás aos anarquistas.
Da mesma forma, advertimos a satanização que se está gerando até a gente que, durante as manifestações, se encapuzam como um mecanismo de segurança para proteger-se de um narco-governo que reprime, detêm arbitrariamente, encarcera, inventa acusações, desparece e mata. Se nós os manifestantes cobrimos o rosto é para evitar que nos arranquem, como bem aconteceu a Julio César Mondragón (um dos estudantes assassinados durante o massacre de normalistas em Iguala); recordemos também aos palestinos, que ante a prepotência, os tanques, o dinheiro e a infraestrutura dos israelenses sionistas só tem suas pedras e seus capuzes. E como bem dizem os zapatistas “Não importa o que está detrás da máscara, senão o que simboliza”; Fazemos um chamado às pessoas conscientes que decidiram unir-se a estas lutas, para refletir a respeito, para que não se deixem levar pelo discurso deslegitimador da imprensa e pela estratégia do governo de semear provocadores “encapuzados” como uma forma de desprestigiar a quem cobre o rosto por segurança e como uma forma de protesto.
Também, repudiamos a agressão por parte de policiais do GDF [governo do distrito federal] que se desatou ao final da mobilização do passado 20 de novembro, fato que evidencia que a postura dos governos local e federal é a mesma: infundir terror, reprimir e castigar a quem protesta (e a quem vem passando). Exigimos a liberdade imediata dxs jovens detidxs arbitrariamente e enviadxs a prisões de segurança máxima (o que aumenta o número de presxs políticxs). Responsabilizamos ao governo e aos meios massivos de desinformação do que possa suceder axs jovens anarquistas a quem nomeiam para amedrontar, criminalizar o anarquismo e dividir esta luta que o povo está realizando dignamente.
Coletivos do sul da Cidade do México.
Indivíduos aderentes e não aderentes à sexta.
Tania Tatiana Jauregui Cruz
Mayra Salazar Martínez
Óscar Chávez Figueroa
Abraham Chávez Figueroa
Blanca Estela Chávez Figueroa
Melissa Vianey Díaz Rocha
María Eugenia Aideé Cruz Suárez del Real
Tradução > Sol de Abril
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Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!