Neste post publicamos o comunicado da Associação de Professores de Atenas, em que junta a questão da greve de fome de Nikos Romanós com o assassinato de seu amigo Alexis Grigoropoulos em dezembro de 2008. O comunicado se refere ao atual Estado de assassinos, incitando os estudantes a se rebelar contra ele. Tal comunicado causou diversas reações entre a turba de políticos e jornalistas. Alguns deles chegaram a pedir abertamente para a punição e a repressão dos professores que participaram da assembleia que o aprovou.
Em 6 de dezembro de 2008 o estudante Alexis Grigoropoulos foi morto por um policial, nos braços de seu amigo desde a infância Nikos. O adolescente Nikos Romanós optou por um caminho pessoal para enfrentar um Estado de assassinos, alimentado por uma sociedade passiva, indiferente e cúmplice. Ao mesmo tempo, esgotando as margens oferecidas pelo sistema educativo duro e de aulas, que nós, seus professores e pais, enfrentamos juntos com você, Nikos entrou na universidade.
Desde fevereiro de 2013, quando ele foi preso por roubo em Velvendós, Kozani, têm sido repetidamente torturado e brutalmente maltratado pelos guardas de seres humanos, colegas do assassino de seu amigo Alexis. Durante todo este período de sua prisão e os abusos que recebeu, Nikos se recusou a submeter-se. Ele manteve a cabeça erguida, ele tem resistido, ele cuspiu na cara de seus torturadores e de seus superiores políticos, que chegam até ao presidente “lutador” da atual “República¹”.
Por esta razão, o Estado de assassinos o castiga de uma forma mais cruel, violando suas próprias leis: Privou-lhe o direito de permissão de saída por razões educativas, não deixando nem uma fissura de alento às suas condições de encarceramento inumanas. Nem esse castigo o fez se render. Desde o dia 10 de novembro Nikos Romanós está em greve de fome reivindicando o seu direito fundamental e evidente à educação.
Assim, o Estado dos assassinos, seis anos depois do assassinato de seu amigo Alexis, decidiu levar à morte Nikos, rechaçando o seu pedido. A atitude do Estado com Nikos Romanós simboliza da forma mais típica a atitude do Sistema, que este Estado representa, para os jovens de hoje, para você, para nossos filhos.
O mesmo Estado que assassinou Alexis, que tortura e conduz a morte de Nikos, é o Estado que fecha as escolas, que demite professores, guardas de segurança das escolas e mulheres de limpeza. O Estado dos banqueiros e dos “bancos de temas para exames”, mediante os quais se pretende dar o golpe de misericórdia para os seus sonhos e necessidades, os conduzindo para o desemprego, a uma vida de miséria e sem direitos, de cabeça baixa. É o mesmo Estado que pisca o olho para seus empregados uniformizados ou seus colaboradores bandidos nazistas, e que diz: “Se você quiser ter alguma chance de se salvar, torne-se tão brutal como a gente”.
Nós, os professores da 5ª Associação de Professores de Atenas acreditamos que, independentemente da opinião que qualquer pessoa possa ter sobre as escolhas pessoais de resistência de Nikos Romanós, a eliminação de seus direitos educativos é inaceitável e deve ser revogada. Exigimos a imediata restauração desses direitos. Estamos ao lado de cada um de nossos alunos, que reivindicam o direito natural ao conhecimento e a educação, chegando inclusive a sacrificar suas vidas.
Amigos estudantes, contribuam para que Nikose sobreviva e consiga o direito fundamental – para ele como para você – à educação e à vida. A solidariedade pela salvação da vida de Nikos é uma luta por sua vida e por educação. Quando a tirania é a lei, a rebelião não é simplesmente uma maneira de ser que tem ainda mais sentido nestas circunstâncias. Como nos ensinou Harmódio e Aristogíton², torna-se um dever.
O texto em grego:
O texto em castelhano:
[1] No texto original em grego, a palavra entre aspas é Democracia.
[2] http://pt.wikipedia.org/wiki/Harm%C3%B3dio_e_Aristog%C3%ADton
agência de notícias anarquistas-ana
Sempre do mesmo lado,
O dia todo e a noite inteira,
O vento da montanha.
Paulo Franchetti
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!