1. A “normalização” de relações entre os poderes governamentais dos Estados Unidos e de Cuba deveria contribuir para eliminar numerosos e antiquados impedimentos impostos (por estes mesmos governos) aos relacionamentos humanos elementares entre ambas as nações.
2. Alegramo-nos conjuntamente com aqueles que saíram de trás das grades, e com suas famílias que acabam de receber em casa os entes queridos em liberdade – por fim! – depois de muitos anos de reclusão “legal”.
3. No entanto, desconhecemos os termos desta negociação. Trata-se de um passe de mágica que contribui para uma mentalidade milagreira, e nos deixa como espectadores passivos.
4. Preocupa-nos, ademais, que se criem novas oportunidades para que o capital explore “mais” e “melhor” as nossas gentes.
5. Que se intensifique o conformismo, a insignificância e a miséria, através de mais consumismo, mais devastação do meio ambiente e mais invasão da cultura de massas; e é que…
6. O imperialismo norte-americano segue em pé.
7. O autoritarismo cubano segue em pé.
8. A Base Naval de Guantánamo não foi desmantelada e continua a alojar uma prisão internacional dotada de um centro de torturas.
9. Assim, não basta libertar um grupo de prisioneiros, nem sequer bastaria com o fechamento de uma prisão especialmente odiosa: todas as prisões do mundo devem fechar.
10. Tampouco basta que os Estados Unidos desmobilizem a sua “guerra fria” e conciliem posturas sobre um conjunto de pontos: a verdadeira reconciliação entre os povos acontecerá quando deixarem de existir Estados.
11. Menos ainda basta acabar com o bloqueio dos mercados para que os detentores dos meios de exploração do trabalho alheio e da natureza negociem entre si: tal exploração deve desaparecer já.
12. Portanto esperamos que, agora que no horizonte se vislumbra o possível desmantelamento do bloqueio-embargo, que isto não se trâmite apenas desde as instâncias executivas, mas que todos os cubanos e estadunidenses tomem parte com suas vontades.
Continuaremos a nossa luta contra todas as dominações: luta ecologista, anti-imperialista, anticapitalista e antiautoritária, em solidariedade com os camaradas no resto do mundo.
Liberdade sem socialismo é privilégio e injustiça; Socialismo sem liberdade é brutalidade e tirania.
Havana, 19 de dezembro de 2014
Taller Libertario Alfredo López
agência de notícias anarquistas-ana
nos fios
os pássaros
escrevem música
Eugénia Tabosa
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!
Um puta exemplo! E que se foda o Estado espanhol e do mundo todo!