Queimada Edições nos aproxima de um universo de pensamento livre transcrito no belo e recôndito exercício da poesia.
Estas Palavras de Barricada, herdam a antiga tradição libertária de expressar belamente conceitos tão velhos como a Terra: solidariedade, cooperação, coletivização, não violência, pacifismo…, e luta; sem ambiguidades nem concessões: ação poética direta; propaganda literária pelo fato de escrever e ler.
Palavras de Barricada, aspiram também, a que os leitores herdem antigos poemários libertários e a incrementar a consciência rebelde que todos aninhamos em nossos corações e mentes. Contribuir com a propagação da Ideia; desse conceito revolucionário, romântico e belo, que homens e mulheres espalharam ao longo da história, pondo em perigo suas vidas.
E tudo isso, através da Poesia, esse fulgor literário que nos atravessa e nos deixa inermes e desarmados. Esse estranho resplendor que não saberíamos identificar nem definir.
Palavras de Barricada é isso: a união da Poesia e a Anarquia.
Suas penas, as que alimentam esta compilação de poesia, são muitas porque às mentes livre pensadoras que alimentam a poesia são muitas, assim nos deteremos um pouco na figura de Fernando Barbero Carrasco.
Cazarabet conversa com Fernando Barbero Carrasco:
Pergunta > Fernando, de quem surgiu a iniciativa de reunir, compilar estes anarco versos?
Resposta < Na realidade, a ideia de recompilar poesia libertária não é nova; houve brilhantes precedentes, como por exemplo a seleção feita por Juan Cruz López e publicada pela CNT de Jaén com o título de Negra Flama. No caso de Palavras de Barricada, iniciamos a recompilação, a partir de minha participação no encontro poético que é celebrado a cada ano em Moguer (Huelva) com o nome de Vozes do Extremo.
Pergunta > Como fizeste com os autores dos mesmos, com estes poetas do livre pensamento?
Resposta < Para contatar com cada poeta, foram chaves duas pessoas, também excelentes poetas e anarquistas: Antonio Orihuela e Ferran Aisa.
Pergunta > Em que se diferenciam estes versos, que nascem de poetas de pensamento anarquista, de outros versos ou poemas cheios de reivindicação nestes tempos cheios de reivindicações que saíram à rua…?
Resposta < Possivelmente não há diferença alguma: quando uma cidadã ou um cidadão percebe que o Poder (político ou econômico), está lhe enganando, roubando, traindo, agredindo…, e que ademais está zombando de seu esforço e trabalho, possivelmente lhe escape a verdadeira natureza do ser humano, que não é outra que a que rechaça as hierarquias impostas, aos políticos e ao sistema estatal que nos asfixia. E provavelmente busque a solidariedade entre seus iguais e lute contra os que trazem estas misérias. E, curiosamente, utilizará formas anárquicas: assembleias, igualdade, rechaço dos líderes, cooperação…
Pergunta > Nos fazemos muitas perguntas a partir de nós mesmos e de nossa maneira de ver este assunto: quê fina linha faz com que um poeta escreva versos que sejam ácratas… a atitude do poeta, sua maneira de escrever…? Quê diferencia um poeta anarquista de um indignado ou reivindicativo?…
Resposta < Buscamos nesta recompilação de anarcoversos, não só a raiva e a decepção, senão, sobretudo, a força e beleza poéticas, que saem de corações ácratas. E conseguimos um poemário de uma qualidade excepcional, que ademais se pode ler como uma exposição do pensamento libertário.
Pergunta > Por quê determinastes ir mais além de poetas daqui e “andaste” a recolher poetas anarquistas catalães, eslovenos… bom, suponho que a própria maneira de pensar ácrata alimenta isto…?
Resposta < O natural para um ser humano deveria ser não distinguir entre pessoas de diferentes nacionalidades, conceito que não deixa de ser uma consideração artificial e interessada. Neste sentido, um dos pilares do ideário anarquista é o internacionalismo, portanto, quê tem de estranho buscar flores poético-anárquicas fora das fronteiras nacionais?
Por certo e para tomar consciência do dano que possa fazer o nacionalismo em nossas mentes: se pode expressar “aqui ou além” e considerar como não daqui aos poetas catalães? Ou entender como de além a um grandíssimo poeta visual uruguaio como Clemente Padín?
Fonte: http://www.nuevatribuna.es/articulo/cultura—ocio/palabras-barricada/20150808104847118908.html
Tradução > Sol de Abril
agência de notícias anarquistas-ana
sopro-de-vento:
pardais se agarram
nos fios de luz…
Luiz Gustavo Pires

Perfeito....
Anônimo, não só isso. Acredito que serve também para aqueles que usam os movimentos sociais no ES para capturar almas…
Esse texto é uma paulada nos ongueiros de plantão!
não...
Força aos compas da UAF! Com certeza vou apoiar. e convido aos demais compa tbm a fortalecer!