[Obra visionária e libertária, “Os Condenados da Terra” é um dos mais trágicos e poderosos hinos à Liberdade e à dignidade humana escritos no século XX.]
Acaba de sair pela Livraria Letra Livre, de Lisboa, uma nova edição de “Os Condenados da Terra” de Frantz Fanon (1925-1961). A presente reedição, absolutamente oportuna e fundamental − não só para os povos e países africanos, árabes ou latino-americanos, mas também para europeus, a própria Europa e a autofagia em que se encontra e persiste através do ensaio prático de uma nova desordem mundial −, apresenta um instigante prefácio de Inocência Mata, e, em apêndice, o texto que Mário Pinto de Andrade leu no Memorial Internacional Frantz Fanon, em abril de 1982, na Martinica: “Fanon e a África Combatente. Testemunho de um Militante Angolano”, aí revelando dados importantes e quase ignorados sobre a posição de Fanon perante os movimentos nacionalistas angolanos.
Frantz Fanon foi desde a juventude um homem de ação. Saindo aos 18 anos da sua Martinica natal, combateu na Segunda Guerra Mundial ao lado das Forças Livres Francesas contra os nazis, no Norte da África e na França. Formado em psiquiatria, viria a exercer clínica na Argélia, onde assistiu ao eclodir da guerra pela independência, aderindo à Frente de Libertação Nacional. São essas experiências-limite, aliadas à sua formação como médico psiquiatra, que dão a Fanon − com todas as inevitáveis contradições e um que outro pressuposto hoje datado −, a lucidez implacável da sua visão e leitura do “fato colonial” − leitura essa permanentemente em questão, acusatória, desmistificadora e antecipadora das múltiplas reproduções de violências sociais nos futuros países independentes. Obra visionária e libertária, “Os Condenados da Terra” é um dos mais trágicos e poderosos hinos à Liberdade e à dignidade humana escritos no século XX.
Fonte: Revista África 21, nº 100. Setembro de 2015
Os Condenados da Terra
Frantz Fanon
Prefácio Inocência Mata
Livraria Letra Livre, Lisboa 2015.
PVP: 16,00
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No olho das ruínas
as íris dos vaga-lumes
sob as tranças de ervas.
Alexei Bueno
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!