[Neonazistas atacaram o Klinika. Uma pessoa foi ferida, outras ficaram em perigo. Os ativistas assumem que há uma ligação entre as manifestações islamofóbicas que ocorreram hoje [6 de fevereiro de 2016], onde milhares de pessoas participaram. O coletivo Klinika não tem medo e vai continuar com as suas atividades. Klinika também pede às pessoas que comparecem a essas manifestações para que percebam a quem estão apoiando ao fazerem isso.]
Sábado, 6 de fevereiro, depois das manifestações do Bloco Contra o Islã (Block Against Islam, BPI), a Pediga [grupo islamofóbico] e os nacionalistas liderados por Adam B. Bartoš, um grupo de aproximadamente 20 hooligans neonazistas atacaram o Centro Social Autônomo Klinika no bairro Žižkov, em Praga. Parece que o ataque foi realizado pelo mesmo grupo que atacou a manifestação pró-refugiados “Solidariedade Sem Fronteiras” com pedregulhos e barras de ferro, e depois as pessoas que retornavam da manifestação na estação de trem principal, Hlavní nádraží. O ataque aconteceu cerca de 30 minutos depois que o grupo pegou um bonde da estação principal para Žižkov.
Eles gritavam: “Cale-se, seu árabe” a um vizinho que percebeu o ataque e jogaram pedras e chamas que colocaram fogo em parte do Café Klinika. Havia cerca de 20 pessoas no edifício no momento do ataque, pedras foram jogadas nas salas ocupadas. Um homem foi hospitalizado com um ferimento na cabeça, outros inalaram fumaça.
Não podemos deixar de notar a conexão evidente entre a violência de hoje e os ânimos agressivos que têm se levantado na sociedade pelos islamofóbicos e políticos xenofóbicos.
Queremos ressaltar o fato de que esse não foi o primeiro ataque àqueles que mostraram sua solidariedade às pessoas fugitivas de seus países. Na última semana, um homem de religião muçulmana, conhecido por ajudar refugiados, foi esfaqueado no bairro Vršovice, em Praga. É surpreendente o fato de que a polícia não conseguiu capturar o grupo que atacou a manifestação antes, que nenhum deles tenha sido preso e que estavam se movimentando livremente pela cidade por todo o dia. “Não vamos ter medo por causa da violência ou das ameaças. Vamos continuar nossas ações solidárias e a espalhar espaços livres alternativos. A agressão dos nacionalistas tchecos parece ser igual à agressão dos grupos fundamentalistas islâmicos que eles dizem combater”, comenta Jakub Ort, membro do coletivo Klinika, sobre a situação.
Tradução > G Montenegro
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