Patricio Rodríguez
No sábado, 6 de fevereiro, foi realizado no Centro Cultural “Gallo Rojo” (Galo Vermelho) o encontro “Sin patrón” (Sem patrão) para comemorar um ano de trabalho autogestionário da Cooperativa “Herrería sin patrón” (Serralheria sem patrão) e levantar fundos para a elaboração do primeiro monumento a Severino Di Giovanni.
Embora fosse uma decisão pessoal entre amigos, no início para autogerir a partir do coletivo o sustento diário, logo lhe deram uma projeção comunitária. A cooperativa é autônoma, autogestionária, de ideias libertárias e sem apoio estatal.
A Cooperativa “Herrería sin patrón” , localizada na zona de Burzaco, partindo de Almirante Brown, surgiu a partir da necessidade de resolver a falta de trabalho dos seus membros. É um grupo que não fechou o seu ciclo, mas que continuamente participa em oficinas de formação. Embora fosse uma decisão pessoal entre amigos, inicialmente para autogestionar desde o coletivo o pão de cada dia, logo teve uma projeção comunitária. A cooperativa é autônoma, autogestionária, de ideias libertárias e sem apoio estatal.
Eles começaram cobrando 300 pesos por semana e tornaram-se conhecidos a partir do trabalho solidário realizado no Jardim [escola] em frente da Serralheria. Isso abriu o caminho para trabalhar, em seguida, na Biblioteca de Adrogué. Na sequência, as mães do Jardim começaram a chamá-los para pequenos serviços de ferreiro. Antes das férias, quando o trabalho começou a diminuir, eles implementaram a elaboração de esculturas a partir de sucata, material descartado que encontravam nas ruas. Eles também formaram um fundo onde conservam uma parte dos rendimentos para possíveis eventualidades.
“No primeiro ano de vida da cooperativa, pareceu-nos interessante fazer a primeira escultura de um anarquista que viveu por estas bandas”, comentou Alejandro, membro da cooperativa. Ele disse ainda que o projeto está completo, mas ainda faltando algumas coisas, por isso o encontro do sábado foi concebido não só para apresentar a ideia, mas para levantar fundos, porque o projeto começou com as poucas ferramentas que Rodrigo tinha em casa.
O monumento a Severino Di Giovanni será inaugurada em 5 de março em frente a Escola Nº 2 de Burzaco e contará com a presença de Osvaldo Bayer. Di Giovanni, um justo justiceiro anarquista, lutador antifascista executado pela ditadura de Uriburu receberá o primeiro reconhecimento público em Burzaco, lugar onde foi capturado.
Alejandro explica que a homenagem a Severino também tem a intenção de recuperar o significado da palavra anarquia, distorcida pelos meios de comunicação, que a carregam de uma conotação tanto negativa como conflitiva. Ele acrescenta que, embora a ação direta seja necessária para lutar contra os interesses capitalistas e burgueses, é necessário questionar hoje, como implementar o anarquismo desde o cotidiano, na rotina de cada um. Para Alejandro, a resposta é tentar ser coerente com as próprias ideias, para criar mudanças, ainda que sejam pequenas no espaço cotidiano.
Fonte: http://www.anred.org/spip.php?article11449
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